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Falta de matéria-prima obriga ao fecho de Vinícola de Nelas

A falta de matéria-prima de uvas ditou o encerramento da vinícola mais antiga da região do Dão, em Nelas, com o despedimento coletivo de nove funcionários.

A informação foi avançada ontem, dia 2 de outubro, pelo liquidatário, Rui Henriques.

Este responsável, antigo membro do conselho de administração e atual liquidatário da Vinícola de Nelas, contou que o encerramento da empresa que faria este ano 80 de vida é “também fruto da desertificação do interior e a região do Dão não é exceção”.

Rui Henriques adiantou que a diminuição de fornecedores que teve no último ano deveu-se, “principalmente, à coleta, porque muitos foram obrigados a coletarem-se e muitas pessoas perdem o fundo de desemprego ou outras situações” em que se encontravam, porque “a maioria das pessoas que entregava uvas recebia entre 100 a 600 euros e portanto não lhes interessava”.

Outro dos motivos que levou à liquidação da vinícola, no mês de setembro, “foi a questão dos fornecedores”, explicou Rui Henriques, que contou que “têm todos, ou cerca de 80% [por cento] ou 90%, mais de 65 anos,” ou seja, “são tudo pessoas já com uma certa idade” que, agora, deixarão as vinhas.

A Vinícola de Nelas foi fundada em 1939 e “chegou a ter, há seis anos, 23 funcionários”, um número que reduziu no início de 2019 para 13 e, agora, “encerrou em setembro com nove funcionários a quem foi tudo pago”.

Das 28 pessoas, que são os sócios ou herdeiros dos sócios, “porque há sócios com mais de 90 anos, dessas, só quatro é que vivem no distrito de Viseu e isso mostra bem o que é a desertificação do interior”, considerou o liquidatário, que acredita que o encerramento “talvez seja um prenúncio de que venham outras pessoas, que adquiram os terrenos e façam explorações um pouco maiores”.

Fonte: Jornal do Centro

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