No âmbito do programa “Sentir Portugal”, em que o líder nacional do PSD, Luís Montenegro, se comprometeu a passar uma semana por mês nos diferentes distritos do país, Coimbra foi o quinto destino. Esta quarta-feira, o líder do PSD passou por Tábua e Oliveira do Hospital para fazer um “levantamento das necessidades” e “registar os incumprimentos”.
No final da visita e depois de um almoço em Midões com empresários de Tábua e Oliveira do Hospital, Luís Montenegro considerou que “o IP3 e o IC6 são uma falha”, são “dois projetos sucessivamente adiados, duas promessas incumpridas”. Lamentou que “os governantes passem por cá e prometam de forma solene a sua concretização”. “Os anos vão passando e as obras não veem a luz do dia. É mau para o território, para as pessoas e para a política porque descredibiliza os políticos”, afirmou.
Questionado se assumia o compromisso de concretizar as obras do IC6 caso fosse eleito primeiro-ministro, Luís Montenegro logo respondeu que “era fácil chegar aqui e dizer que ficam comprometidas e que vão ser feitas”. “Em nome do Estado, um governo liderado por mim tem o dever de cumprir as promessas que outos fizeram às populações. Do ponto de vista do programa eleitoral do PSD, seria muito fácil para mim prometer tudo e mais alguma coisa. Nós ponderaremos. Há duas coisas certas: estamos no terreno a ver o que faz falta e se é uma obrigação que o Estado prometeu lá atrás, o Governo, seja ele qual for, deve cumpri-la”, defendeu.
Quanto à área da saúde, o líder fez um diagnóstico “dramático”, considerando que o Centro de Saúde de Oliveira do Hospital está “está longe de responder às necessidades da população e à prontidão com que o Serviço Nacional de Saúde deve acudir”. O social-democrata verificou “o facto de as instalações estarem a ficar inadequadas ao cumprimento de missão do Centro de Saúde, mas sobretudo a falta de recursos humanos e o efeito negativo que o encerramento do SAP acabou por ter na comunidade”.
Em declarações aos jornalistas, Luís Montenegro garantiu “com certeza absoluta” que “é possível fazer diferente” com “uma política de saúde transversal em todo o país”.
“O Serviço Nacional de Saúde hoje não é competitivo para que os profissionais possam reter-se no SNS. A qualidade e o rendimento no setor privado e social são mais apelativos. Isso acontece porque as políticas de saúde nos últimos anos não tiveram em conta a capacidade de complementaridade entre estes setores, para que o cidadão tivesse um serviço independentemente de ele ser prestado num equipamento do estado ou privado ou social. É uma concorrência pura e dura que é consequência de uma política errada que prejudica as pessoas”, concluiu.