Valentim Gonçalves Morais nasceu a 4 de Setembro de 1930 em Avô, Oliveira do Hospital. Muito jovem rumou para Lisboa onde nos anos 60 adquiriu uma pequena gráfica, a Mirandela para,…
… em poucos anos, a transformar na empresa gráfica com a maior rotativa de jornais do mundo. A Gráfica Mirandela chegou a empregar mais de 500 colaboradores nos anos 80 e a imprimir semanalmente mais de 200 publicações, incluindo as maiores do pais, sendo pioneira no emprego das técnicas de offset, fotogravura e desenvolvimento digital.
Com um historial que recua a 1967, a gráfica começou por funcionar na Calçada do Ferragial, ao Cais do Sodré, e foi depois transferida para a Condessa do Rio na Calçada do Combro. A partir de 1987 em Alcântara, no espaço hoje designado por Lx Factory, depois em Loures, Santo Antão do Tojal, com novas e modernas instalações.
A Gráfica Mirandela desempenhou um papel fundamental para a democratização da sociedade portuguesa, no sentido que terá sido das suas oficinas que antes e depois do 25 de Abril saíram diversos jornais, livros e publicações escritos por personalidades de todos os quadrantes políticos, da esquerda à direita como nenhuma outra gráfica o fazia. Na Mirandela nasceram inúmeros jornais, livros e publicações de que se destacam o “Expresso”, “O Emigrante/Mundo Português”, “O Dia”, o “Jornal Novo”, o “Luta Popular”, entre muitos outros e foi responsável pela impressão diária, em simultâneo, de inúmeros jornais como o “24 horas”, o “Metro”, a “Bola”, o “Económico”, o “Público”, o “Semanário”, “O Independente”, o “Diabo”, o “Crime” e várias revistas de grande tiragem. Foi na Mirandela que o “ jornal i” começou a ser impresso, bem como as revistas da Deco, folhetos de todas as grandes superfícies e livros da editora Leya, entre outras grandes editoras.
Em janeiro de 1970, fundou com o Padre Vítor Melícias, o jornal ‘O Emigrante/Mundo Português’ sob o lema “Agir Servindo”, porque mais do que um jornal era um serviço prestado aos portugueses que saíam de Portugal para viver nas mais duras condições de vida e num abandono cultural e informativo quase absoluto.
O ‘Emigrante/Mundo Português’ ainda hoje é o semanário português de maior circulação no mundo.
O comendador Valentim Morais faleceu em Lisboa, a 20 de Maio de 2017 deixando 2 filhos, Carlos Morais (atual Administrador do Jornal que deu continuidade ao projecto desde 1980) e José Morais, seis netos e três bisnetos. O seu corpo esteve presente na Igreja de S João de Deus, em Lisboa. A missa de corpo presente realizou-se no dia 22 às 9.30h. O cortejo fúnebre seguiu às 11h00 para a terra que viu nascer Valentim Morais, a aldeia de Avô, em Oliveira do Hospital.
A missa do sétimo dia terá lugar sexta-feira, dia 26, às 20 h na mesma igreja de Lisboa. A missa será presidida pelo Padre Vítor Melícias,’ irmão’, companheiro e amigo do Comendador Valentim Morais há mais de 50 anos.