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FAAD: Herdade quer assegurar “urgências condignas” à população de Oliveira do Hospital

Álvaro Herdade foi ontem reconduzido na presidência do Conselho de Administração da Fundação Aurélio Amaro Diniz (FAAD). No terceiro mandato, o conhecido clínico redobra…

… as atenções na área da saúde, em especial, no serviço de urgências que pretende assegurar 24 horas, com o objetivo de garantir “assistência condigna” aos oliveirenses.

Álvaro Herdade continua a ser “pessoa de confiança” para o executivo liderado por José Carlos Alexandrino (PS) que pela terceira vez nomeou o conhecido médico para comandar a FAAD com intervenção na área da infância, terceira idade e saúde. Rogério Prazeres (secretário) acompanha Álvaro Herdade, que também conta com Cristina Serra e Pedro Rúben como vogais.

Numa altura em que a FAAD conta com um apoio à infância “concretizado” e um apoio à terceira idade que “pode ser melhorado”, Álvaro Herdade elege a área da saúde como aquela que “importa resolver”. O clínico lembra que o concelho passou, com o incêndio de outubro, o período mais crítico dos últimos anos e que foi importante a resposta “adequada” dada pela FAAD naquela noite de 15 de outubro. De lá para cá, Herdade esclarece que no dia 1 de novembro o hospital assumiu as “urgências” entre as 20h00 e as 08h, aos fins de semana e feriados porque “fomos obrigados”. “Estava em causa a assistência às populações”, clarifica o clínico, assegurando que para a FAAD seria “mais fácil” estar quieta. “Nenhum hospital deseja ter um serviço de urgência, porque nunca sabemos aquilo que nos entra pela porta a dentro”.

Se no início, “a solução foi encontrada numa semana”, Álvaro Herdade assegura que agora o hospital “tem médicos capazes para assegurar a urgência 24 horas”. “Precisamos que nos deixem trabalhar e nos deixem prestar assistência às populações  que seja condigna”, afirma o responsável pelo CA da FAAD, considerando que a atual situação de encaminhamento de doentes para “Seia, Guarda, Arganil e depois para Oliveira do Hospital” é “brincar com a vida das pessoas e o dinheiro dos nossos impostos”.

A tomar posse para o terceiro mandato, Herdade alerta para o facto de a solução encontrada para fazer face ao encerramento do SAP se revelar “deficitária” para a FAAD que “está a perder dinheiro com as urgências”. Espera, por isso, pela celebração de “contrato plurianual com o Ministério da Educação”, e apela ao presidente do Município para que se empenhe junto do governo. “Vivemos em cima do joelho. Queremos arrumar a casa e ter condições condignas para os nossos trabalhadores”, disse o responsável, informando que desde o dia 1 de novembro a FAAD não faturou nenhum serviço de urgência prestado.

No percurso de oito anos ao comando da FAAD, Álvaro Herdade enaltece a dedicação dos colaboradores e parceiros do Conselho de Administração. Quanto ao futuro, destaca o projeto de melhoria do hospital, da qual faz parte o serviço de urgências, num investimento de “cinco a seis milhões”, mas que só será lançado se houver certeza de que deixarão trabalhar o hospital “condignamente”. “Lançámos também um novo projeto de saúde mental em Oliveira do Hospital”, acrescentou.

José Carlos Alexandrino, presidente do Município, reiterou a confiança em Herdade e na equipa que o acompanha, para logo se focar no serviço de urgência na FAAD. “Oliveira do Hospital ficava abandonada se não fosse a FAAD”, afirmou o autarca que rejeita ter sido o responsável pelo fecho do SAP. “Eu nunca concordei”, asseverou, achando Alexandrino que a solução encontrada com a FAAD “foi boa” e que “hoje há melhor resposta das 20h às 08h do que havia”.

No imediato, o autarca defende que o concelho tenha urgência no período em falta, das 08h00 às 20h00, porque Oliveira do Hospital “não é um concelho qualquer”. Exige por isso um entendimento com Ministério da Saúde, para que “se pague” o serviço que é prestado pela FAAD. “Quando se fala tanto do interior, desafio o Ministério da Saúde para que Oliveira do hospital tenha as mesmas condições de outras regiões”, afirmou.

José Carlos Alexandrino destacou a importância que a FAAD tem no concelho e a boa parceria com o projeto da Unidade Móvel de Saúde. Em particular, destacou o “papel importantíssimo que a FAAD teve na noite dos incêndios”. “Se calhar em vez de 13 mortos teríamos a lamentar mais mortos”, observou.

Quanto ao futuro da conhecida instituição, o autarca oliveirense defendeu o acesso aos apoios comunitários para a execução do projeto de melhoria da área hospitalar e instalação das urgências. Aludiu ainda aos estatutos da FAAD para sugerir uma alteração, no sentido de que os elementos do Conselho de Administração possam ser remunerados pelo contributo que dão à instituição, à semelhança com que acontece com outras fundações no país.

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