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“Estou a movimentar-me para continuar. Mas, para me reerguer preciso de ajuda”

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A Carpintaria Brito, na Zona Industrial de Oliveira do Hospital, foi uma das 85 empresas afetadas pelo incêndio de 15 de outubro no concelho.

Na empresa que Fernando Brito criou há cerca de 40 anos a perda foi total, mas o caminho passa pela recuperação.

O sentimento foi partilhado, esta tarde, pelo próprio empresário que abriu o portão da devastada carpintaria à primeira deputada da Assembleia da República a visitar o concelho após o trágico incêndio. Ana Mesquita, do PCP, está na região a visitar os concelhos afetados pelo fogo e, em Oliveira do Hospital, na visita à carpintaria de Fernando Brito transmitiu solidariedade e a garantia de que o partido irá pressionar o governo na agilização das respostas necessárias às populações e às empresas.

Notoriamente agastado pela devastação das instalações da empresa que Mira Amaral inaugurou em 1991, bem como de material pronto a entregar, matéria prima e três viaturas, o empresário não desiste de dar vida nova à carpintaria que dava trabalho a 12 colaboradores. “Tem que ser tudo demolido e construído do novo”, observa, notando porém que se está a “movimentar para continuar”. Mas, alerta, “para me reerguer preciso de ajuda”. “Tenho um segurozeco mas não vai cobrir tudo”, frisa o empresário que, com 74 anos, se orgulhava do prestigio alcançado pela empresa que fazia trabalhos um pouco por todo o país. “De um momento para o outro… Estão aqui 40 e tal anos de trabalho”, lamenta, contando que, na fatídica noite, ficou retido no IP3 e não teve meios de salvar a empresa. “Alguém me alertou a dizer que eu já não tinha carpintaria”, contou muito consternado o empresário que via Oliveira do Hospital como “um jardim”, onde “só não trabalhava, quem não queria”.

Apostado em recuperar, Fernando Brito pede celeridade nas ajudas porque “não podemos andar aqui um ano ou dois à espera”.

A agilização nas respostas é o que apela a deputada do PCP, sob pena de se contribuir para “o despovoamento do interior”. “Precisamos de pessoas para defender as aldeias”, nota.

Na hora de defender as pessoas e as empresas, Ana Mesquita não deixa de responsabilizar os sucessivos governos que “se foram esquecendo da floresta e do interior não tomando medidas assertivas”.

Luís Lagos, porta voz da recém criada Associação destinada a apoiar as vítimas do maior incêndio de sempre em Portugal, também marcou presença nesta visita da deputada do PCP, a quem dirigiu um pedido de audiência ao grupo parlamentar da Assembleia da República.

 

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