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Entrevista: “Estão reunidas as condições para termos um grande certame”. FACIT arranca hoje em Tábua

A FACIT – Feira Agrícola Comercial e Industrial de Tábua arranca hoje no Pavilhão Multiusos e zona envolvente. O certame que vai decorrer até domingo, 2 de julho, tem inauguração agendada para as 19h00.

Em entrevista realizada na Rádio Boa Nova, Ricardo Cruz, presidente do Município de Tábua, assegurou que estão reunidas condições para que a FACIT 2023 resulte num “grande certame”. À espera de milhares de visitantes que situa entre os 25 mil e os 30 mil, o autarca tabuense garante que no ano de regresso da FACIT a preocupação foi de “melhorar e evoluir na qualidade”.

“Fizemos alguns upgrades no layout da feira para receber as pessoas”, referiu o responsável, que destaca a forte aposta na vertente empresarial com o objetivo de facilitar as oportunidades de negócio e de estimular a economia do concelho.

A FACIT 2023 vai contar com um total de 135 expositores e um cartaz cultural que reúne nomes como Romana, Holympo, Anjos, Nininho Vaz Maia e Rita Guerra pensado para os “vários gostos musicais das pessoas”.

O investimento de 150 mil Euros no evento é sobretudo um “investimento no concelho” pelas oportunidades de negócio associadas.

Ricardo Cruz desafia a região a marcar presença na FACIT que vai contar com dois dias de entrada livre e tem disponível um bilhete geral com custo de 8 Euros. Apela às pessoas para que adquiram antecipadamente os bilhetes que estão disponíveis online, para evitar longas filas junto às bilheteiras.

Rádio Boa Nova (RBN) – O ano passado decidiram pela não realização da FACIT devido ao corte do Orçamento de Estado (OE). Este ano estão reunidas as condições para o regresso desta Feira ao concelho?

Ricardo Cruz – Sim. No ano passado tivemos que refletir sobre essa matéria e optámos por não realizar devido ao corte do OE. Sempre dissemos que a FACIT é um evento que muito nos orgulha, aos tabuenses e à região onde Tábua se insere. E, portanto, gostaríamos de fazer um evento que tivesse a qualidade e dignidade do nome que a FACIT ao longo dos anos tem vindo a consolidar em termos de certame e de Feira Agrícola, Comercial e Industrial de Tábua. Foi esse o nosso compromisso com todos os tabuenses e estão reunidas as condições para termos um grande certame, tendo em conta a procura, os preparativos e toda a logística para receber bem aqueles que serão os milhares de pessoas que nos irão visitar de 28 de junho a 2 de julho.

RBN – Este é um certame que cresce em termos de organização?

RC – Temos sempre a preocupação, em qualquer iniciativa, de evoluir e melhorar em termos de qualidade e recetividade dos visitantes. A FACIT não foge à regra. Fizemos uns upgrades no âmbito da estrutura, do layout e da preparação de toda a estrutura física da feira para receber as pessoas. Uma das vertentes da FACIT é de estimular a economia e os empresários do concelho e da região. Temos a área comercial e industrial, automóvel, agrícola, espaço animal e picadeiro. Os mais de 135 espaços ocupados demonstram que houve uma grande procura. Ficámos muito satisfeitos porque, pela primeira vez no terminus da inscrição, já tínhamos os stands todos preenchidos. Vamos ver ali a nossa força em termos empresariais.

RBN – As principais empresas do concelho vão estar representadas?

RC – Sim vão estar. É ponto de honra dos empresários que se dedicam, diariamente, para trazer e acumular riqueza no território, na região e em Portugal e muitos deles ao nível das exportações.

Para nós é tão importante o pequeno, como o grande empresário.

Temos também um cartaz muito rico ao nível das sessões empresariais.

Também temos toda a zona agrícola, com espaço de picadeiro e animal promovido pelo grupo equestre de Ázere. Vai haver uma promoção forte do mundo agrícola, que inclui a exposição de tratores. No espaço exterior, estão localizados outros stands ligados à parte automóvel e também uma parte destinada às crianças para promoção da sua diversão.

Temos também a vertente gastronómica com as cinco associações que vão estar dentro da tenda a confecionar refeições. Também a street food com stands direcionados para as comidas mais rápidas. Vamos ter ainda uma área com vários stands destinada à parte vitivinícola (vinhos e espumantes) e um corredor ligado ao artesanato e doçaria da região.

Este ano, fazemos uma aposta forte naquilo que é a economia circular na área do ambiente. Teremos um corredor verde, direcionado para a sensibilização dos resíduos sólidos urbanos e vamos apresentar o projeto do CombusTábua ligado aos resíduos biológicos e alimentares, chamados bioresíduos para sensibilizar as pessoas sobre o que devem fazer.

RBN – A FACIT será uma bom momento para que as empresas e expositores tenham oportunidade de negócio? O certame consegue atrair pessoas/empresários de todo o país?

RC – Achamos que sim. Temos um inquérito que fazemos sempre, para perceber para onde devemos orientar cada edição da FACIT, corrigir um ou outro apontamento e ouvir as sugestões das pessoas que estão nos stands.

Do conjunto de pessoas que visitam a FACIT, umas vão aos concertos, outras vão conhecer empresas que não conheciam. Isso propicia o negócio entre as empresas com o objetivo de ganhos de escala. Do mesmo modo, os inúmeros visitantes e os tabuenses têm sempre oportunidade de fazer negócio dentro da FACIT.

RBN– Qual foi a preocupação com a preparação da programação e cartaz cultural?

RC- Como costumamos dizer, temos as empresas, temos a mostra empresarial, as pessoas passam, fazem o seu negócio, visitam e estão à volta, mas há que atrair um novo público-alvo com novas iniciativas. Vamos ter uma zona de gaming para as crianças, porque consideramos que a FACIT é um evento também de família. Tem que ir o avô, o neto, o pai, a mãe. Podem ir todos à FACIT. Os mais jovens têm a sua diversão com zonas onde podem estar entretidos. A zona de exposição, pensamos que vai atrair mais gente. Também teremos uma zona de exposição de motas antigas.

O cartaz foi pensado tendo em conta os diferentes gostos musicais das pessoas. Temos dois dias gratuitos: o dia de inauguração, 4ªfeira (28), com música mais popular e o domingo. Desenhamos sempre o conceito da FACIT com um grupo que vai abrir o palco principal e depois na tenda dos DJS para os mais resistentes. Na 4ª feira temos os Day Tay, a Romana com música popular e depois um DJ de Tábua, o DJ Epilif que irá fechar a noite.

O segundo dia é mais direccionado para os jovens e adultos. Iniciamos com os BARUK, um grupo de jovens cantores, que têm tido boas prestações musicais. A seguir temos Holympo, mais direcionado para os jovens, e depois temos os Smells Like 90’s que fazem aqui uma cobertura de música que entra na faixa dos jovens, mas também nos mais adultos. Estou com muita expectativa nesta noite, porque fazem um espectáculo muito animado. Termina com o DJ Nuno Araújo, um DJ de Tábua, que regressou novamente às suas lides de DJ, e que é um DJ muito referenciado.

Na 6ª feira temos os Anjos, cabeça de cartaz. Começamos com os Entre Amigos, um grupo em que um elemento é padre e, depois, seguimos com os Anjos, o que faz todo o sentido (risos). Fechamos com o DJ OsKar.

Quanto a sábado, dizer que não queremos filas. Evitem as filas. A FACIT está preparada para a venda de bilhetes online e para que, com um simples clique no telemóvel, possamos comprar um bilhete. Não há que estar cinco, 10 minutos ou meia hora nas filas. O bilhete é digital e está no telemóvel. Sensibilizamos também as pessoas para a compra de bilhete geral que tem um custo de 8 Euros, um valor bastante acessível.

Apelamos à compra antecipada dos bilhetes porque neste momento (em 21 de junho), o Nininho Vaz Maia já tem 1000 bilhetes vendidos. Superámos em muito as nossas expectativas em termos de vendas de bilhetes para sábado, mas também de bilhetes gerais. Referir que no dia as bilheteiras abrem sempre uma hora antes do início da abertura do recinto da FACIT. Esperamos ter muita gente.

A nossa expectativa é de que todas as noites sejam boas na FACIT, mas para a noite de sábado acreditamos que vamos ter uma afluência elevada e com muita gente que virá de fora, com o Ar Du Rock, Nininho Vaz Maia e os DJ’s De Vacaciones. Iremos fazer um grande brilharete no sábado. Neste dia a FACIT abre às 16h00 e vai ter uma série de animação até às 02h00, hora de encerramento. Aqui entra o espectáculo equestre da GEA e a arte de escultura com motoserra promovida pela Agritábua e Motocarvalho.

No domingo, a FACIT abre um pouco mais cedo, às 15h00, com as mesmas iniciativas. Pedimos às empresas para fazerem ativações de marca. O ginásio Koyu está inserido, assim como o espetáculo infantil e o torneio de giravólei. No último dia, destinado à família, vamos ter no período da tarde o 37º Festival de Folclore da Casa do Povo de Tábua, para dar a conhecer as culturas populares e as tradições enraizadas no nosso concelho.

RBN – No domingo, a prata da casa vai ter lugar de destaque na FACIT…

RC – Sim, porque no domingo, a artista musical Rita Guerra vai atuar com a Academia Artística do Município de Tábua. Estou mais expectante pela artista, porque a Academia Artística já deu provas de que efetivamente toca com qualquer artista. As pessoas vão ver um espectáculo em que tanto a Academia como a Rita Guerra nunca estiveram juntos, mas estão a trabalhar à distância com as partituras, para que os nossos jovens possam tocar ao mais alto nível. É isso que vai acontecer numa noite bastante animada no dia de domingo.

RBN- Já tinha apontado um número de visitantes entre os 25 mil e os 30 mil. Esse é um bom número para Tábua?

RC – Temos a certeza que sim. Nós temos o cuidado de contar as pessoas que entram. Era giro apontarmos para 100 mil e depois termos que escalpelizar. Apontando para 25 mil pessoas, temos uma média de cinco mil pessoas por dia. Facilmente, vamos atingir as 25 mil. Ao domingo há sempre mais gente. No sábado e a uma semana do evento já temos mil bilhetes vendidos. Isso quer dizer que vamos atingir esse número com facilidade. Na 6ª feira o cartaz também é muito rico. Os Anjos fazem um bom espectáculo musical para um nicho de mercado diferente. Na 5ª feira tenho muita expectativa, porque apesar de ser um dia de semana em que as pessoas têm menor disponibilidade de ir, os jovens quando são chamados também não falham. Teremos ali uma noite geracional. E a inauguração atrai sempre muita gente. Estamos modestos, mas com um número que é real.

RBN– Pretende que o certame seja uma referência nos eventos de verão e que pessoas do concelho, da região e fora dela possam assinalar a FACIT no calendário de eventos importantes?

RC- Acho que é assim para a FACIT e todos os outros certames à nossa volta. Isto é, nós no período de verão crescemos. Nós, região. Quer dizer que quando preparamos os nossos eventos e, no âmbito de uma aposta turística, sabemos que nós, Oliveira, Carregal, Santa Comba e concelhos à volta vamos ter muito mais gente. Gente com casas no concelho e à volta, outros que enchem os hotéis e alojamentos locais e estão cá também para passar férias e a divertir-se com alguns eventos. A FACIT tende e prevê-se que atraia gente de várias partes. Temos a monitorização da venda de bilhetes online e percebemos quem vem de concelhos à volta, do distrito, de Braga e de outros sítios. Estamos a ter uma procura diferenciada.

RBN – Está a aumentar o número de visitantes vindos de outros pontos do país?

RC – Está. E queremos consolidar a FACIT como um certame importante para Tábua e para a região, mas também sabemos que nos concelhos à volta, entre os meses de junho, julho e agosto há sempre certames que permitem que o turista possa circular. Os de Oliveira vêm a Tábua, os de Tábua vão para Oliveira e é assim que ganha a região, porque assim fica cá a riqueza. Queremos que, efetivamente, seja considerado um evento da região. Estamos a trabalhar para isso, mas ganhamos mais força se houver eventos com a mesma força, que possam referenciar esta nossa região das Beiras.

RBN– Já tinha anunciado que o evento tem um investimento associado na ordem dos 150 mil Euros. Este é um investimento com retorno para Tábua?

RC- Ano a ano, tentamos sempre fazer alguns gráficos e tabelas que nos permitam analisar os efeitos secundários e os retornos que ficam. Temos dois tipos de retorno: direto e indireto. Se nós perceberemos que cada vez que as pessoas circulam no recinto, no pavilhão multiusos, geram economia em torno do bilhete, refeição que fazem … este é um valor que mexe com alguns milhares de Euros, e é um efeito direto do certame. Há os indiretos: todas as empresas que se preparam para a FACIT têm que imprimir lonas, divulgação e geram todo um circuito de economia. E depois há os visitantes, que são todos aqueles que vêm e vão para casa, compram bilhete, fazem uma refeição e metem gasóleo. E há aqueles que se deslocam e que ficam a dormir.

As unidades hoteleiras, seja neste ou noutros eventos, enchem. Os restaurantes enchem. Toda esta economia faz perceber que não estamos a investir 150 mil euros num evento, mas estamos a investir 150 mil Euros num concelho, dividindo a verba pelas empresas de diversas áreas que estão à volta e que ficam com bastante dinamismo e fazem algum valor económico, que é o objetivo da autarquia.

RBN – Este investimento não faz mossa nas contas do Município? A oposição frequentemente aponta o dedo à débil situação financeira do Município…

RC – A oposição é um caso caricato. Quando fomos os primeiros, no ano passado, a dizer que não fazíamos a FACIT por causa das restrições financeiras, veio depois o senhor candidato a presidente numa reunião a dizer que devíamos fazer a FACIT. Se nós fazemos é porque gastamos dinheiro, se não fazemos é porque devíamos ter feito. Não se entende bem a oposição. Contudo, nós não trabalhamos para a oposição, trabalhamos para termos um concelho melhor, dentro das nossas possibilidades. Os municípios não podem só gerir a dívida, têm também que fazer investimentos e atrair pessoas. Modéstia à parte, julgo que temos feito bem este trajeto, porque ainda não chegou a dois anos de mandato e posicionámos Tábua num patamar de excelência, atraindo e alavancando mais gente para o nosso concelho, que é esse o objetivo principal.

A FACIT é um espaço empresarial que atrai empresários, negócios e, cumulativamente, as festas do concelho. No nosso programa temos uma componente muito forte e séria na vertente empresarial, mas também naquilo que é a diversão e animação, porque também precisamos disso para conviver.

Achamos que se trata de um bom valor. Não podemos esquecer que em termos de organização, como os stands, por exemplo, houve uma escalada exponencial de preços. E nós, mesmo assim, com a comparticipação das empresas, que agradecemos, conseguimos fixar o teto máximo de investimento que queremos para o certame.

RBN – Ainda há tempo para convidar as pessoas a marcar presença na FACIT. Porque é que devem visitar o certame de 28 de junho a 2 de julho?

RC- Quero dizer que todas as crianças até aos 12 anos têm entradas gratuitas. Levam uma pulseira que os pais devem levantar indicando o nome e número de contacto para que possamos prevenir alguma situação.

Na FACIT, podemos esperar diversão e possibilidades de negócio. Mas, precisamos que as pessoas venham ter connosco à FACIT com boa energia e sairão de lá mais alegres e felizes.

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