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“Esperança” marcou 33º Concurso Nacional de Ovinos promovido pela ANCOSE

A ANCOSE- Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela, realizou, este fim-de-semana, o 33º Concurso Nacional de Ovinos Serra da Estrela, que ficou marcado por palavras de conforto, solidariedade e esperança aos cerca de 30 pastores/ criadores que participaram.

Na sessão de encerramento, onde decorreu a entrega de prémios, Manuel Marques, presidente da Associação, mostrou-se preocupado com o futuro da profissão de pastor. “Tenho receio do que poderá acontecer depois de os idosos partirem”, disse, lançando um “repto” aos representantes do governo presentes na cerimónia. “Nós temos que pensar nas raças autóctones deste país. Não podemos, de forma alguma, subsidiar uma ovelha lacaune e não uma ovelha Serra da Estrela porque qualquer dia nós não conseguimos aliciar novos jovens. A agricultura, nomeadamente a pastorícia, é um trabalho muito difícil. Se não for sustentável e rentável os jovens não vêm para esta atividade”, afirmou Manuel Marques.

Para o responsável, deve haver uma majoração, “no sentido de os pastores poderem ter um benefício diferente daqueles que têm as raças exóticas”.

Fernando Bernardo, diretor-geral de Alimentação e Veterinária, em representação do Secretário de Estado da Agricultura, na ocasião, dirigiu palavras de solidariedade às gentes de Oliveira do Hospital pelo “flagelo” ocorrido no dia 15 de outubro. Posteriormente, enalteceu o trabalho desenvolvido pela ANCOSE, “no sentido de recuperar o que se perdeu com os incêndios, em relação ao efetivo de ovelhas Serra da Estrela”.

“É um trabalho que reconhecemos com muito meritório e terão sempre, da parte do ministério da agricultura, apoio incondicional sobretudo nestas atividades que se relacionam com a preservação das raças autóctones”, garantiu.

O trabalho da Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela voltou a ser reconhecido, desta vez por José Carlos Alexandrino, presidente do Município oliveirense que salientou “o empenho, apoio e profissionalismo” prestado aos criadores. “Eu sou testemunha deste empenho dos técnicos da ANCOSE, de uma forma coletiva e unida à sua direção”, afirmou.

Quanto ao Centro de Recria, que já proporcionou a entrega de 400 borregas aos pastores que perderam os seus animais no grande incêndio, o autarca defende que “foi um passo importante na defesa da raça bordeleira”, garantindo que a Câmara Municipal continuará “disponível para continuar a apoiar”.

José Carlos Alexandrino mostrou ainda o seu desagrado perante a falta de apoios aos agricultores, por parte do estado. “Ninguém se preocupe por eu ser eleito por um governo que é da mesma cor da minha Câmara Municipal. Os interesses das minhas pessoas são mais importantes do que qualquer interesse partidário”, referiu.

Na ocasião, o presidente adiantou que, “em Oliveira do Hospital, foi aprovado um PROVER do Queijo, com cerca de três milhões de euros”, “que vai fazer a diferença no futuro”, como uma outra ajuda aos criadores lesados do incêndio.

Beatriz Cruz (jornalista estagiária)

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