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Especialistas alertam para tendência “ligeiramente crescente”. Aumentou o número de casos dos 0-9 anos

Os especialistas estão, esta manhã, reunidos no Infarmed para avaliar a situação epidemiológica no país e para analisar a nova fase de desconfinamento.

André Peralta Santos, especialista da Direção Geral de Saúde começou por referir que Portugal apresenta uma “incidência cumulativa a 14 dias moderada, próxima de 71 casos por 100 mil habitantes e com tendência ligeiramente crescente”.

Ao analisar o gráfico que traduz a evolução da pandemia, o especialista destacou que houve um “pico no final de janeiro”, mas “atualmente há uma redução muito assinalável em todos os grupos etários”. Há porém, “algumas novidades de realce”, tais como a “inversão da tendência e aumento [de casos] na faixa etária dos 0 aos 9 anos de idade”.

A dispersão geográfica do aumento nesta faixa etária “não está igualmente distribuída em todo o território e há um aumento em especial no território do Grande Porto e em Lisboa e Vale do Tejo tendo em conta que são zonas de maior densidade populacional”.

No que aos internamentos diz respeito, o indicador que traduz a pressão dos hospitais, “mantém-se uma tendência decrescente, apesar de ter diminuído a velocidade de decrescimento”, quer em enfermaria, quer em unidades de cuidados intensivos.

Na mortalidade, há também uma tendência decrescente “e estamos abaixo do limiar definido pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC, sigla em Inglês), o que é assinalável e uma boa notícia”.

De acordo com a avaliação de André Peralta Santos, “houve uma intensificação da testagem da semana 13 para a semana 14 e [esta] segue globalmente um padrão em que concelhos com maior incidência têm maior testagem como seria natural”.

Baltazar Nunes, do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), que também marcou presença no Infarmed, apresentou aos políticos e restantes especialistas a evolução da incidência e transmissibilidade da Covid-19.

O especialista destacou então o que Rt (índice de transmissibilidade) apresentou o seu valor mais baixo no início de fevereiro e tem tido “um comportamento de aumento sistemático”. Atualmente, o valor do Rt para a média dos últimos cinco dias, que vai de 4 a 8 de abril, corresponde a 1.05 (estava em 0.89 na última reunião do Infarmed).

A análise do especialista do INSA permite concluir que, no país, “com este nível de crescimento e uma taxa próxima dos 71 casos por 100 mil habitantes, o tempo para chegar à linha dos 120 [casos] está entre duas semanas e um mês”. Porém, advertiu, o Algarve e as regiões autónimas já atingiram esse valor.

Lisboa e Vale do Tejo não apresenta risco de chegar a esse patamar tão cedo já que “tem taxa de crescimento praticamente nula”.

Tal como revelou André Peralta Santos, Baltazar Nunes identifica “um aumento da incidência [de casos] nos grupos etários abaixo dos 9 anos, principalmente perto dos 5/6 anos, mas também se observa um aumento da incidência entre os 25 e os 50 anos”.

Quando se retomou o ensino presencial, havia um “processo de descida da incidência” e, após a abertura das escolas, “observa-se uma inversão da tendência e um crescimento dos 5 anos aos 9 anos e dos 0 aos 4. Há um estabilizar da incidência nestes grupos etários nas últimas semanas, mas também já se observa um aumento da incidência nos grupos etários dos 15 aos 19 e dos 10 aos 14”.

João Paulo Gomes, especialista do Instituto Dr. Ricardo Jorge verificou, esta manhã, que a variante do Reino Unido, representou em março 83 por cento dos casos no país.

Acompanhe aqui a reunião no Infarmed:

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