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Especialista Carlos Antunes pede “cautela e precaução” para que Oliveira do Hospital não chegue ao “nível amarelo” de contágio

O professor e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Carlos Antunes, destacou ontem na Rádio Boa Nova a necessidade de os oliveirenses terem “cautela e precaução” relativamente à Covid-19, sob pena de o  concelho atingir o “nível amarelo” de contágio e terem que ser aplicadas as medidas mais restritivas associadas.

No espaço de análise à evolução da pandemia Covid-19, o oliveirense Carlos Antunes observou que em Oliveira do Hospital há “uma grande mobilidade para o centro da região, que é Coimbra” e “há um grande potencial de trazer o vírus” para o concelho. Segundo o especialista, “o aumento de 22 casos em Oliveira do Hospital é um aumento de 100 por cento numa semana”, pelo que o concelho “está com uma incidência acumulada na ordem dos 200, 210 casos por 100 mil habitantes e já está próximo do limiar dos 240”. “Se isso acontecer ficará com nível amarelo e implica o município adotar medidas mais restritivas que são de evitar”, alertou o especialista. “Estes pulsos acontecem com uma ou duas pessoas que, com descuido, transmitem a várias pessoas que transmitem a outras”, referiu ainda Carlos Antunes, avisando que os assintomáticos transmitem o vírus e circulam normalmente pela população, criando um bolha que vai aumentando. Daí a importância da máscara na proteção de todos e o necessário distanciamento físico.

Carlos Antunes, olhou ontem também para a situação no país, partilhando uma “palavra de otimismo que resulta do facto de termos conseguido achatar a curva, à semelhança do que tem acontecido nos países europeus”.

“Estamos já num processo de inversão da curva de incidência e com evidência de inversão de casos. Contudo estes últimos dois dias são números muito baixos, porque trazem um défice de análises dos fins de semana prolongados. Estaremos certamente com a redução da incidência”, referiu.

Tá como já tinha adiantado à Rádio Boa Nova, Carlos Antunes reforçou a ideia de que “já passámos o pico que ocorreu de 18 a 21 de novembro, com máximo de 5700 e 5800 casos em termos médios”, tal como foi reportado ontem em reunião no Infarmed.

“Estamos à semelhança dos países europeus a controlar a pandemia. Outra boa notícia é sobre a vacinação que será faseada, mas temos que manter alguma calma, porque vamos levar alguns meses com estas medidas de contenção da epidemia”, observou.

Até ao fim do ano, Carlos Antunes disse que se vai “verificar todos os dias um número com algum significado de óbitos”. “O número de acumulados é inferior às previsões anteriores. Em termos acumulados chegaremos, no final do ano, acima dos seis mil”, referiu, considerando que o que também “é preocupante” é o “número extra de óbitos” devido à Covid. “Há sempre uma mortalidade associada e indireta. Por cada 10 óbitos de Covid prevê-se que haja mais sete óbitos. Iremos ter 10 mil a 11 mil óbitos a mais”, adiantou.

Confira toda a análise no vídeo (em cima).

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