“Transição Digital – Energia e Ambiente” foi o tema da videoconferência realizada, sob a apologia do Dia dos Cursos Profissionais de Eletrónica, Automação e Comando e de Mecatrónica, inserida no ciclo de conferências EPTO FUTUROS 30.30, promovida pela EPTOLIVA – Escola Profissional de Oliveira do Hospital, Tábua e Arganil, e que colocou em destaque os desafios energéticos do futuro e a transformação digital para a próxima década em Portugal.
Daniel Costa, presidente desta escola profissional, destacou a importância e a atualidade da transição digital na educação e os propósitos da EPTOLIVA no desenvolvimento de atividades relacionadas com os desafios da energia e da sustentabilidade, “este é um investimento e um caminho que já estamos a percorrer com empenho e entusiasmo, tendo como desígnio ser uma escola digital, tecnológica e autossustentável a nível energético”, e que exemplificou com as plataformas digitais usadas para o ensino online de qualidade, o sistema de iluminação solar ecológico e autónomo do parque exterior e a substituição de lâmpadas interiores por led, para além do Projeto Eco Escolas responsável pela sensibilização e educação ambiental, “importante para que os nossos jovens tenham comportamentos ecológicos e sustentáveis e, com isso, possam contribuir para uma escola, um concelho e um país mais ecológicos e sustentáveis”.
Também no sector empresarial a transformação digital se impõem como garantia de sobrevivência num mercado global onde a eficiência e a produtividade são fatores diferenciadores, considerou Paulo Pereira, Diretor de Estratégia de Inovação e Tecnologia da Altice Labs, que apresentou algumas das estratégias de inovação desta empresa de telecomunicações e serviços de informação, referindo que “a inovação e a digitalização não estão apenas relacionadas com a implementação das novas tecnologias, são também a chave do futuro no sector energético. Garantir energia sustentável, eficiente e acessível são as metas para a necessária transição energética, implicada com a descarbonização de alguns sectores da economia e o aumento do fornecimento de eletricidade a partir de fontes renováveis.”
A importância do sector elétrico na transição energética foi destacada por Pedro Carreira, Diretor Adjunto do Departamento de Inovação Tecnológico da E-REDES que exemplificou as redes inteligentes, equipamentos essenciais para a digitalização da rede, que permitem uma melhor gestão, além de facilitar a integração de veículos elétricos, autoconsumo e geração distribuída, e como referiu, “o objetivo da E-Redes para 2030 é dispor de 100% de equipamentos de medição inteligente, reduzindo consideravelmente as emissões de CO2.”
Miguel Leitão, Consultor de Energia na empresa Green World, conclui que “sem transição digital não há transição energética, pois os sistemas de informação são fundamentais para a gestão e operação do que são as novas tecnologias e a motorização na área da energia”. A aposta nas energias renováveis e na agricultura sustentável a fim de reduzir a dependência energética do país, cujo driver do Hidrogénio (EN-H2) será um dos caminhos para diminuir a dependência do exterior e reduzir a descarbonização da economia em substituição dos combustíveis fósseis, abrangendo a indústria, os transportes e o sector da energia, foi a ideia fortalecida pela sua intervenção.
Defensor, também, de um modelo energético renovável e não poluente onde a energia solar passa por ser uma alternativa para uma energia limpa e sustentável, Miguel Correia, Gerente da empresa GEOSUN ecco smart solutions, apresentou algumas soluções autónomas de energia, fazendo referência ao projeto Eletrogás, que tem por objetivo captar energia solar e, através de um reator, transformar a energia elétrica em metano e gás natural.
A capacitação e o reforço de competências para a transição energética foi a intervenção de João Albuquerque, colaborador e tutor da E-REDES na formação profissional, que relacionou a competitividade das empresas com a necessidade de um trabalho colaborativo e de maior proximidade destas, com escolas, politécnicos, universidades e empresas parceiras, à semelhança do que tem vindo a ser feito com a E-REDES com a criação de cursos profissionais nestas áreas.
Também Artur Correia, fundador e gerente da Empresa Socorreias, aludiu que “a verdadeira “energia” transformadora está nas pessoas, a dedicação e a competência que estas depositam nas empresas, associada à capacidade de as qualificar para os novos desafios”, como tem sido o exemplo da Socorreias, uma empresa com quase meio século de trabalho desenvolvido em estreita parceria com a EDP e onde os seus recursos humanos muito têm contribuído para o seu prestígio e reconhecimento nacional no sector da energia elétrica.
A videoconferência, conduzida pela subdiretora, Cristina Figueiredo, e moderada pelo Diretor dos Cursos Profissionais, Tiago Coelho, foi largamente elogiada pelos seus intervenientes, não só pela pertinência e atualidade do tema em debate, como pela preocupação de ouvir a sociedade, a comunidade, os promotores da escola, os investigadores e peritos, todos aqueles que nas várias áreas têm experiência acumulada, e de reconhecer aquilo que é o trabalho desenvolvido pela EPTOLIVA, uma das primeiras Escolas Profissionais do país, e cujo sucesso é fruto de um trabalho diário e conjunto, no propósito de fazer desta, uma escola da sociedade, e por conseguinte, “de AGIR e não REAGIR aos desafios do futuro deste decénio”, como concluiu Daniel Costa.