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Entre o Rio Alva e a Ribeira da Caniça, a central de Ponte Jugais produz energia na Serra da Estrela há 100 anos

Central hidroelétrica de Ponte Jugais

Fotografia: EDP

A Central Hidroelétrica de Ponte Jugais, fez 100 anos em novembro e continua a produzir energia que serve todo o país, destaca a EDP num comunicado enviado às redações este sábado (30).

Localizada na confluência entre o Rio Alva e a Ribeira da Caniça, na freguesia de Lapa dos Dinheiros, concelho de Seia, a central gerida pela antiga elétrica nacional começou a funcionar em novembro de 1923, após quatro anos de construção.

Situada em pleno Parque Natural da Serra da Estrela, “foi um dos primeiros aproveitamentos hidroelétricos do país, passou por várias remodelações e resistiu a um incêndio”, é explicado. No entanto, “continua ativa e a produzir energia dentro do engenhoso sistema de cascata da Serra da Estrela”.

A pequena central de Ponte Jugais é uma das cinco hídricas que compõem essa cascata, “num projeto de engenharia único que tem garantido uma utilização sustentável dos recursos hídricos na região”, realça a empresa. Ao fim de 100 anos, “a central de Ponte Jugais continua a produzir e a injetar energia na rede elétrica e é responsável, em média, por 24% da produção anual da cascata da Serra da Estrela, conseguindo abastecer cerca de 50 mil habitantes, o dobro da população da Seia, a cidade mais próxima”, salienta a empresa.

A central é constituída pelos açudes de Ponte Jugais e Caniça, “cujos caudais afluentes convergem, através de canais de adução, para a câmara de carga e, posteriormente, através de condutas forçadas, para a central”, precisa a EDP.

Os caudais turbinados no aproveitamento são depois restituídos diretamente ao Rio Alva, fluindo em direção ao açude de Vila Cova.

Sistema em funcionamento foi desenvolvido ao longo de seis décadas

A EDP salienta que o engenhoso sistema de cascata de centrais hídricas da Serra da Estrela foi desenvolvido ao longo de seis décadas. “O objetivo do projeto era aproveitar os sinuosos cursos de água da serra que percorrem altitudes entre 400 e 1600 metros e que passaram a ter os seus caudais regulados no verão com este complexo projeto hidroelétrico”, explica a empresa.

Para além da Central de Ponte de Jugais fazem parte da cascata as centrais de Lagoa Comprida, Sabugueiro I, Sabugueiro II, Desterro e Vila Cova à Coelheira. O sistema arrancou em 1907 com a construção da central da Senhora do Desterro. Seguiram-se Ponte Jugais, depois Vila Cova, em 1937 e, mais tarde, a do Sabugueiro, “empreendimentos que representaram um importante papel no desenvolvimento da eletrificação regional”, refere a EDP.

No comunicado é sublinhado que este projeto envolveu “múltiplos desafios” durante a construção, em particular “pela altitude e clima agreste das montanhas, o transporte de materiais e equipamentos de grande porte por vias de difícil acesso e a própria engenharia que envolveu todo o sistema de barragens e açudes”.

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