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“Em Pedrógão via-se muita coisa verde…aqui não se vê nada verde em milhares de hectares”, referem especialistas em fogo

O grupo de especialistas em fogo que, na terça-feira, se deslocou a Oliveira do Hospital e outros locais da região fortemente afetados …

… pelo incêndio de 15 de outubro, alertou para a “severidade” do fogo que chegou a ser maior do que a verificada em Pedrógão .

“Há diferenças notáveis”, observou Joaquim Sande Silva, professor da Escola Superior Agrária de Coimbra e especialista em fogo que, a convite da Caule- Associação Florestal da Beira Serra, se deslocou à região na companhia de Mark Beighley, conhecido perito americano e de outros responsáveis nacionais. Aquele especialista que integrou a Comissão Técnica Independente de avaliação ao incêndio, corrido em Junho, em Pedrógrão Grande, contou que por lá “viam-se carvalhos verdes, sobreiros verdes, campos agrícolas verdes”. “Via-se muita coisa verde e ilhas que o fogo tinha deixado, apesar das perdas humanas”, referiu, notando que ao contrário, nas zonas afetadas pelo incêndio de 15 de outubro, “não se vê nada verde em centenas e milhares de hectares contínuos”. Uma situação que o especialista explica pela “secura acumulada” que “em outubro era maior do que em junho”, levando a que os efeitos acabassem por ser “mais drásticos e mais dramáticos”. Esta é, no entender de Sande Silva, uma “situação absolutamente única na realidade do nosso país”.

Diante de tamanha devastação, o especialista não chega ao ponto de dizer que o melhor é desistir da gestão florestal, mas a manterem-se as alterações climáticas, nota que “se calhar temos que repensar os investimentos em floresta no país”. “Se calhar, temos que pensar noutro tipo de utilização do território”. Um maior foco na “redução das ignições” , na melhoria do sistema de “combate aos fogos” e a aposta num “sistema de alerta” para as populações estarem de pré aviso e os meios estarem preparados e não serem apanhados de surpresa”, são medidas que Joaquim Sande Silva entende que devem ser preconizadas.


Da visita realizada, resultou a conclusão de que “este fogo e os fogos colaterais precisam ser estudados, para que fique no papel a memória do pior fogo de sempre em Portugal, ou até na Europa”.

 

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