O concelho de Oliveira do Hospital continua “com um controlo quase completo da transmissão comunitária” de Covid-19. Carlos Antunes, especialista que analisa a pandemia na Rádio Boa Nova, disse hoje que entre os dias 24 de fevereiro e o dia 1 de março, “houve apenas um novo infetado”.
A situação mantém-se positiva no que respeita ao controlo da pandemia no concelho oliveirense. À data de 1 de março, “o número acumulado de casos a 14 dias era de 17”, correspondendo a “88 infetados por 100 mil habitantes”, situação que coloca Oliveira do Hospital no nível mais baixo de contágio de Covid-19.
Carlos Antunes, professor e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, natural do concelho de Oliveira do Hospital, referiu hoje que o concelho regista “um número bastante baixo de ativos”. “Quer dizer que o controlo da infeção, da propagação comunitária está efetivo. É um bom sinal”, afirmou, avisando porém que “o risco existe sempre”. Segundo o especialista “basta existir mobilidade entre concelhos, pessoas que visitem concelhos de maior risco, há essa possibilidade de trazer o vírus e a nova variante tem essa capacidade desse reproduzir mais rapidamente”.
Carlos Antunes continua, por isso, a reforçar a importância da “proteção individual, o uso correto da máscara, o distanciamento físico e de evitar espaços fechados e com ajuntamentos sempre que possível”.
“4ª vaga? Não vamos sofrer por antecipação. Há que ser responsável e cauteloso. Fazer a vida normal com todos os cuidados”.
No que respeita à situação no país, que nas últimas 24 horas registou mais 830 contágio e mais 28 mortes, Carlos Antunes considera que os sinais são “positivos”, mas verifica-se “a estagnação da descida”. “Está a diminuir, cada vez mais, o ritmo dessa descida”, situação que se repercute “no número de reprodução do RT, que está a subir aproximando-se do valor de 1.0 que é sinal de uma inversão de tendência. Vai depender da propagação na comunidade”, alertou.
Também de acordo com o “Relatório do Instituto Ricardo Jorge o índice de confinamento também continua a diminuir”. “Tivemos um máximo de 76 % de confinamento relativamente abril do ano passado, estamos agora nos 64%, 65 %”, referiu o especialista que justifica tal facto com a “fadiga” e a necessidade “que todos sentimos de circular um bocadinho mais”. Também estará a contribuir “a perspetiva de que há menos infeções, menos perigo e menos risco”. Mas, segundo Carlos Antunes, “devemo-nos preocupar de que a nova variante já ultrapassou os 50 por cento”, correspondendo já a 58 % do número de novos casos.
Na Rádio Boa Nova, Carlos Antunes, disse que “há a expectativa de que o governo poderá abrir as escolas a 15 de março”, medida de que é a favor. “A concretizar-se irá aumentar a mobilidade e os contactos. É fundamental que esse aumento de contactos não signifique o aumento de uma nova vaga”, alertou.
“O risco existe sempre maior ou menor”, mas o especialista entende que não devemos “sofrer por antecipação”. “Há que ser responsável e cauteloso. Fazer a vida normal com todos os cuidados. E, do ponto de vista das entidades de saúde publica e sanitária, devem aplicar regras muito rígidas na análise e na tomada de decisão. Se nós atuarmos por antecipação ao mínimo sinal de alteração da tendência, penso que poderemos controlar essa situação”, defendeu.
(Em atualização)
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