Com o cabeleireiro “Milú” aberto há 27 anos na cidade de Oliveira do Hospital, Maria de Lurdes Dias, gerente do espaço, confessa que “nunca passou por aquilo que está passar” e admite que, “se não tivesse algumas reservas, não tinha como pagar às funcionárias”.
Esta manhã, visivelmente emocionada, Maria de Lurdes adiantou à Rádio Boa Nova que ainda não recebeu “nada” para pagar às suas três funcionárias e que, desta forma, “não é fácil” assegurar o negócio. “Ainda só recebi 438 Euros para mim”, disse.
“Falta apoio da parte do Governo. E o que dizem que vão dar não chega. Nós temos que dar ainda uma percentagem e sem estarmos a trabalhar é muito difícil. Se não tivesse algumas reservas, não tinha como pagar às minhas funcionárias porque dois meses parada é muito difícil. As despesas são muitas. Continuamos a pagar a água, a luz, o telefone, a Segurança Social…Não é fácil. Não sei se vou conseguir manter todas”, afirmou.
À Rádio Boa Nova, a gerente do espaço “Milú” admitiu que “em 27 anos de serviço”, o “pior ano foi o de 2020”, sendo que “2021 também está a ser difícil”.
“Em 27 anos, nunca me lembro de passar por aquilo que passei em 2020 e estou a passar agora”
A esta altura, Maria de Lurdes tem “a certeza que vão haver muitos estabelecimentos que não se vão aguentar” e, por isso, vão fechar portas e “muita gente irá para o desemprego”.
Considerando as cabeleireiras e barbearias como “serviços essenciais” porque “é importante vermo-nos ao espelho e gostarmos de nós”, a gerente mostra-se satisfeita com a forte adesão neste primeiro dia de reabertura do espaço.