Numa altura que as regiões afetadas pelos incêndios da última semana estão na “fase de recuperação e rescaldo”, o representante da CDU no programa Vice-Versa da Rádio Boa Nova lamentou que se assista ao que “é costume: a propaganda”.
No debate, João Dinis referia-se em particular ao anúncio de “500 milhões de Euros” destinados a apoiar os lesados dos incêndios, com proveniência do Fundo de Coesão da União Europeia. A considerar que o dinheiro deve chegar aos lesados “quanto mais depressa melhor”, Dinis clarificou que o montante anunciado “não é uma ajuda extraordinária”. “Mais não é do que antecipar a vinda de dinheiro. Se vier agora, já não vem nos próximos anos”, frisou.
Na terça-feira à noite, o representante da CDU considerou , porém, que “é necessário que as chuvas de milhões que são sucessivamente anunciadas, de cada vez que estamos a ser chamuscados ou queimados pela tragédia, algum desse dinheiro, chegue de facto a ser plantado no terreno”.
“Que chegue ao terreno, para convencer, estimular e sensibilizar os proprietários e produtores florestais, os pequenos e os médios. Porque se valer a pena eles aparecem. Não há um centímetro quadrado de terreno no nosso país que não tenha dono”, frisou.
João Dinis está certo de que a “questão do despovoamento” afeta o problema dos incêndios. “Hoje não há o elemento humano em vastos territórios de interior. Faz falta, na agricultura, a cuidar das parcelas florestais”, frisou, considerando que, no caso do concelho de Oliveira do Hospital, as “Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP) poderão ter algum interesse”.