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“Dos Lobos” aposta no queijo, merchandising e outros produtos para repor ovelhas

A poucos dias da Feira do Queijo Serra da Estrela de Oliveira do Hospital, a queijaria Dos lobos apura a quantidade de queijo com que se vai fazer representar no certame. A certeza é de que o produto vai ser em quantidade reduzida.

“Em novembro de 2016, estávamos a produzir, no fim do mês, 1600 litros de leite. Em novembro de 2017 produzimos um terço disto”, refere Mariana Vaz Patto, que ainda assim tem a agradecer a “solidariedade dos portugueses com palhas e rações” que tem possibilitado alimentar os animais.


Assim acontece depois do trágico incêndio de 15 de outubro que abalou a Queijaria dos Lobos, com a morte de 106 animais, a destruição dos dois ovis, das cercas e das pastagens que já estavam comprometidas devido à seca.

A queijaria Dos Lobos, já medalhada com ouro e prata, regista quebras de 75 por cento na produção do leite. Mariana Vaz Patto adivinha por isso uma participação “diferente” na Festa do Queijo de 10 e 11 de março, com principal aposta no queijo velho, dispondo de menor quantidade de queijo amanteigado. Destaque ainda para o queijo creme “que já vem ganhando bastantes adeptos”, mas também marmeladas, compostas e vinhos.

Os livros alusivos à temática da Serra da Estrela, da autoria do seu pai, António Vaz Patto e artigos de merchandising também deverão marcar presença na banca Dos Lobos, com o objetivo de se conseguir uma “comparticipação” para aquisição de ovelhas necessárias à reposição do rebanhos, que se torna demorada só por via da recria das borregas.

Com prejuízos de mais de meio milhão de Euros na queijaria, floresta, olival, vinha e colmeias, a empresa agrícola de base familiar recorreu até agora aos apoios disponibilizados pela Segurança Social e IEFP. Espera pela aprovação da candidatura a um apoio de 120 mil Euros ao PDR 2020. Apoios que “são insuficientes” para fazer face aos prejuízos e aos custos fixos que se mantêm. “Se efetivamente não houver um apoio maior, não sei como é que vai ser possível sobreviver”, vaticina Maria Vaz Patto que, ainda assim não desarma e espera continuar a trabalhar para que a Queijaria Dos Lobos seja ainda melhor do que já foi.

 

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