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Dono da “Quinta do Cruzeiro”, em Seixo da Beira, queixa-se na Câmara Municipal

António Manuel Simões, proprietário da Quinta do Cruzeiro, conhecida pela produção do genuíno Queijo Serra da Estrela, foi esta manhã “com alguma tristeza”…

… à reunião pública do executivo municipal de Oliveira do Hospital lamentar a postura da Câmara Municipal para com conhecida “casa” que foi afetada pelos incêndios e mais tarde pelo ataque de cães ao seu rebanho.

“É com alguma tristeza que até me sento aqui. A Quinta do Cruzeiro foi uma casa que deu muito ao concelho, recebia muitos visitantes. De um momento para o outro, derivado aos incêndios e depois das batidas dos cães, as coisas começaram-se a desmoronar”, afirmou esta manhã, António Manuel Simões.

O dono da Quinta do Cruzeiro, que esta manhã entregou uma carta ao presidente do Município de Oliveira do Hospital, lamentou a atuação dos serviços camarários, nomeadamente “da parte sanitária” que, como referiu, “foram zero”. António Manuel Simões referia-se aos ataques de que terão sido alvo as suas ovelhas por parte de matilhas, sem que nada tivesse sido feito. “Não sei por que motivo a câmara tratou assim a Quinta do Cruzeiro se era uma casa que tanto dava ao concelho. Não percebo”, lamentou.

Em resposta, o presidente do Município referiu que o executivo tem uma “conceção de apoiar todos, mas não temos capacidade de resolver os problemas todos, achando que o senhor tem sido vítima de um conjunto de circunstâncias”. José Carlos Alexandrino mostrou-se preocupado e disse, que da sua parte e do executivo, tem havido uma “grande disponibilidade em ajudar”. “Acredite que a Câmara não poderia ressarcir todos os prejuízos”, continuou o autarca, que esta manhã informou o dono da Quinta do Cruzeiro, de que aguarda por uma reunião “com ministra da Agricultura par reunirmos com o IFADAP para resolvermos um caso anterior ao incêndio”. “A mim como presidente do município, como seu amigo e amigo da sua esposa, custa-me ver a vossa situação”, considerou.


Em reunião do executivo, o autarca oliveirense assegurou que o Município continuará a ajudar “com algumas verbas”, lamentando que tenha ficado para trás o apoio prometido pela Cruz Vermelha. “É verdade que a Cruz Vermelha tinha prometido uma verba para situações onde o enquadramento legal era mais difícil, mas a vice presidente teve um problema de saúde e saiu. E também se complicou a posição da Cruz Vermelha no incêndio de Pedrogão num programa (de televisão) em que uns, que passam a vida a denunciar e dizem-se amigos das vítimas dos incêndios, mas fazem tudo depois para prejudicar. E prejudicou, porque eram à volta de 25mil euros, onde estava incluída a sua propriedade. O presidente da Cruz Vermelha disse então que não dava mais dinheiro”, contou José Carlos Alexandrino. Pese embora o recuo da Cruz Vermelha, o autarca garantiu que o Município está disponível para ajudar. “Temos obrigação de ajudar os nossos munícipes quando atravessam dificuldades”, referiu.

Visivelmente agastado com o atual momento da Quinta do Cruzeiro, António Manuel Simões disse em jeito de lamento: “o senhor sabe que já ninguém quer (a vida de pastor) e a gente andar-se a chatear nesta vida por uma coisa que já ninguém quer, leva o rol de maluco”.

A propósito, o presidente da Câmara Municipal considerou ainda que os serviços municipais não estavam à data capacitados para responder à situação por que passou António Manuel Simões, concretamente o ataque dos cães às ovelhas.  E do mesmo modo, também sublinhou os condicionalismos decorrentes da lei. José Carlos Alexandrino referiu que o Município chegou a adquirir uma arma para o adormecimento dos cães, mas que só o veterinário municipal a sabe manusear. Adiantou que a autarquia se está a capacitar nesse sentido, tendo já contratado um jovem especializado. O autarca adiantou está a ser pensado um programa de esterilização dos animais, sobretudo dos gatos. Até à concretização do canil intermunicipal que ficará localizado em Arganil, José Carlos Alexandrino adiantou que estão a ser realizadas pequenas obras para acolher animais vadios.

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