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Docentes do AEOH fazem greve e escolas voltam a fechar

A greve dos professores avançou hoje nas escolas e jardins-de-infância do distrito de Coimbra. Os professores do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital (AEOH) disseram “presente” à convocatória das oito organizações sindicais.

Em declarações à Rádio Boa Nova, Carlos Carvalheira, diretor do AEOH, adiantou que a adesão à greve esta terça-feira rondou entre 70 a 80 %. De acordo com o responsável, as Escola Básicas 1, 2, 3 e Secundária de Oliveira do Hospital encerraram, assim como a EB da Cordinha e alguns jardins-de-infância.

Depois de outras quatro manifestações, incluindo a concentração em Lisboa que juntou milhares de docentes, Ana Mendonça volta a reivindicar pela valorização da profissão. Esta manhã, na entrada da escola sede, a professora de Matemática há mais de três décadas, lamentava o facto de “os docentes continuarem a ser ignorados”. “Mais uma vez nós estamos em luta porque realmente aquilo que nós pretendemos em nada tem sido aceite, ou seja, o ministro da Educação continua a ignorar-nos, o que é uma falta de respeito”, afirmou. No entender da docente, “está na hora de o Governo ouvir porque a educação deve ser um pilar da sociedade e, neste momento, estão a fazer com que a escola pública se esteja a degradar e não esteja a fazer bem aos alunos e professores”. “Temos de lutar por aquilo a que temos direito”, disse, sublinhando que a luta “é também pelos alunos”, pois “se os docentes não estiverem bem, os jovens não têm bom ensino”. “O Governo anda a preocupar-se com as lutas mas não se preocupa com o essencial: o porquê das lutas. O ministro da Educação se tivesse preocupado com os alunos, dava-nos atenção e esta luta já teria parado”, defendeu. Ana Mendonça lamentou o facto de o “povo português ser muito acomodado” e garantiu que o AEOH voltará a aderir a manifestações, “independentemente dos sindicatos”, uma vez que se assume como “independente”.

Por sua vez, Gabriel Azedo, professor de Geografia há cerca de 30 anos, salientou o sacrifício dos profissionais da educação ao longo do seu percurso que não foi “exigido de forma equitativa a todas as classes sociais”. “O Governo devia distribuir o mal pelas aldeias e não o fez”, rematou, considerando que a desvalorização da profissão “é um atentado contra o mérito e a dignidade” de um professor. “Quem assim nos trata, não nos valoriza. E se não nos valoriza, não nos merece”, afirmou, deixando duras críticas ao Governo.

Gabriel Azedo olha para a municipalização como um “método errado”, uma vez que pode levar a casos de “influência e cunhas”. Assim, “deve ser privilegiado o mérito” do profissional.

Na sequência da greve e após manifestação à entrada da escola sede, os professores do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital seguiram para a Câmara Municipal, onde foram escutados por alguns elementos do executivo.

Recorde-se que esta greve dos professores foi convocada por oito organizações sindicais. No distrito de Coimbra, a adesão à greve rondou os 95% sendo que, segundo o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores, foi a maior de sempre no distrito.

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