A ARCIAL- Associação para Recuperação de Cidadãos Inadaptados de Oliveira do Hospital e a Santa Casa da Misericórdia (SCM) de Galizes promovem, há décadas, a “inclusão social” no concelho oliveirense.
No Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, que se assinala esta sexta-feira, dia 3 de dezembro, as instituições que trabalham diariamente em prol da “inclusão” e da “normalidade da diferença” fazem um balanço do trabalho desenvolvido ao longo dos últimos anos.
Há 41 anos “a pensar no outro”, a ARCIAL pretende destacar as “particularidades” dos cidadãos portadores de deficiência, de modo a “criar uma cidadania inclusiva, em que todos possam exercer”, tal como defende Artur Abreu, presidente da instituição.
“É bom que nos lembremos, sempre, que eles também são cidadãos”.
O responsável recua no tempo para relembrar que a Associação era, inicialmente, direcionada para crianças, pois eram “estigmatizadas e colocadas em lugares próprios”, contudo, “hoje crescem num ambiente escolar e são as escolas que se adaptam”. Desta forma, a ARCIAL “foi alargando a sua área de intervenção e recebe, nos dias de hoje, “muitos cidadãos cujas patologias estão mais relacionadas com a saúde mental do que propriamente com a deficiência”.
A acompanhar cerca de 150 utentes, a instituição sediada em Oliveira do Hospital dispõe de várias valências, entre elas o Centro de Atividades e Capacitação para a Inclusão, o Centro de Recursos para a Inclusão, as Residências Autónomas e a Formação Profissional.
Sob o lema “Nós Também Fazemos”, a ARCIAL assume, já, um papel importante na comunidade oliveirense com a sua participação nas Marchas Populares, Desfile de Carnaval e, mais recentemente, nos eixos da cultura e desporto, com a criação do Grupo de Cantares e Academia do Desporto Adaptado.
“É uma busca incessante de uma sociedade que aceite a normalidade da diferença. A deficiência é uma diferença e a sociedade tem que se estruturar para incluir estas pessoas, de acordo com as suas características”.
Fundada em 1668, a SCM de Galizes “tem vindo a direcionar o seu trabalho especificamente para a área da deficiência” nos últimos 22 anos. À data, conta com cerca de 100 utentes portadores de deficiência nas diversas valências: Lar Residencial, Residência Autónoma e Centro de Atividades para a Capacitação e Inclusão.
“Para além das iniciativas diárias que lhes permitem ter alguma atividade desportiva, de lazer e de ocupação, veem aqui a sua casa e a sua família”, afirma Bruno Miranda, Provedor da SCM de Galizes, realçando que “grande parte dos utentes são pessoas sem capacidades de trabalho, já com alguma idade”.
Sempre focada na “inclusão” dos utentes na sociedade, a instituição tem dado passos largos no Desporto Adaptado, “uma forma de os manter com as capacidades cognitivas e físicas ideais”, que os possibilita, ainda, de “percorrer o país e conhecer novas pessoas”.
“A prática do desporto é um momento de grande realização e felicidade”.
Considerando que liderar uma instituição como a SCM de Galizes é como “conduzir um barco pesado”, o Provedor enaltece a ajuda dos restantes órgãos sociais e dos cerca de 100 colaboradores.