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“Devemos manter a atenção elevada e precaução nos próximos dias”

No final da reunião do Infarmed desta terça-feira, a ministra da Saúde vincou que “deveremos manter a atenção elevada e precaução como abordamos os próximos dias e semanas”. Em causa está o contexto europeu “adverso e preocupante” e a prevalência da variante inglesa em Portugal. 

Em declarações aos jornalistas no final da reunião entre políticos e especialistas, Marta Temido sublinhou que, embora Portugal esteja em “contraciclo”, o contexto europeu da pandemia de Covid-19 faz com que “o risco efetivo de transmissão esteja a aumentar” a nível nacional. Para lá disso, há que ter em atenção as novas variantes, nomeadamente a inglesa, que tem atualmente uma prevalência de 70% em Portugal.

Estas componentes impõem um reforço da “estratégia de testagem” e “a vacinação” assume-se igualmente como um pilar determinante, destacou a ministra.

Neste último domínio, indicou Marta Temido que o Governo estima “atingir a meta de inoculação de pelo menos 80% das pessoas com mais de 80 anos vacinadas”. Simultaneamente, estima-se que, esta semana, “mais de um milhão de portugueses estejam inoculados com a primeira toma e meio milhão de portugueses tenha o seu processo de vacinação completo”. Esta informação, sublinhe-se, foi avançada pelo vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, na sua intervenção durante a reunião.

Fazendo um balanço das apresentações dos especialistas, a governante destacou também que a situação epidemiológica do país “se mantém estável, com tendência decrescente de novos casos de Covid-19, internamentos e letalidade”.

Já quanto ao risco epidemiológico, “o nosso país está hoje com uma incidência num patamar entre os 60/120 casos por mil habitantes a 14 dias e com um risco efeito de transmissão (Rt) de 0,88 para o território continental. O risco efetivo de transmissão mais baixo foi atingido em meados de fevereiro (0,61)”, pelo que, admitiu, “temos assistido a um aumento deste indicador”

Ficou ainda claro que, “não obstante o desconfinamento se ter iniciado há menos de 15 dias, a mobilidade está a aumentar e há uma necessidade de apelar às medidas de prevenção”. Marta Temido vincou a necessidade de manter o teletrabalho, sempre que possível, “para restringir o contacto social ao mínimo indispensável. O vírus continua a estar presente no espaço europeu”.

Questionada sobre a paragem na vacinação com o imunizante da AstraZeneca, a ministra sublinhou que se tratou de “uma pausa” e não de “uma suspensão”, reiterando a confiança nas vacinas.

“Qualquer vacina, ou qualquer medicamento, passa por uma avaliação da agência europeia do medicamento [EMA] que tem décadas de trabalho confiável e transparente”, afirmou a governante, lembrando que o que Portugal fez foi seguir as recomendações da EMA.

“As vacinas são seguras. Têm, como qualquer medicamento, um contexto de indicações e restrições e os países têm de as seguir”, afirmou.

Em relação à vacina da AstraZeneca, a ministra explicou que Portugal teve inicialmente uma restrição etária, apenas enquanto aguardava mais estudos, tendo depois passado a aplicar também a vacina ao grupo etário acima dos 65 anos.

“Depois, enquanto a EMA fazia uma avaliação complementar fizemos uma pausa no processo. A informação foi depois conhecida, a agência europeia do medicamento disse que os benefícios desta vacina superam os riscos e que as eventuais ocorrências em pessoas vacinadas — a terem correlação causal, o que ainda não está confirmado – são raras no contexto dos milhões de vacinados, chamando a atenção para os profissionais de saúde e as próprias pessoas estarem atentos, como devem estar atentos à toma e efeito de qualquer medicamento”, explicou.

“O processo não foi suspenso. Foi posto em pausa. Há uma diferença de conteúdo”, insistiu.

A governante disse ainda que o plano é agora recuperar os dias de atraso na administração, frisando: “Naturalmente que acreditamos que a melhor forma de ganhar credibilidade é comunicar com transparência”, disse.

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