Em entrevista à Rádio Boa Nova, José Francisco Rolo, presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, fez um balanço do primeiro ano de mandato. O autarca destacou os desafios, os projetos e os investimentos que marcaram este primeiro ano na liderança da autarquia oliveirense, mas também abordou aqueles que serão os desígnios para o segundo ano que agora se inicia.
O balanço do primeiro ano de mandato:
“Os primeiros 12 meses de mandato foram muito pautados por responsabilidade e pés bem assentes no chão porque vivemos novos tempos e novos desafios. Arrancámos o mandato com uma boa situação económico-financeira, com projetos aprovados, preparámos candidaturas… A guerra veio-nos baralhar ao nível da inflação. Temos objetivos a cumprir e queremos cumpri-los, ajustando-os à realidade económico-financeira do país e às oportunidades. Este primeiro ano de mandato foi assente no sentido de grande responsabilidade, proximidade ao concelho e aos seus problemas. Foi de resposta rápida aos problemas, executar os projetos que estavam em curso com financiamento comunitário. Tem sido um ano bastante trabalhoso e exigente, que tem exigido muito da equipa. Assente numa Câmara Municipal de porta aberta. Ir a todas as freguesias e ao encontro dos cidadãos para ouvir os seus anseios. Queremos executar obra para servir os cidadãos, modernizando a cidade e o concelho. Dar bem-estar e qualidade de vida a Oliveira do Hospital sem perder de vista o essencial: as pessoas e as famílias”.
Marca distintiva enquanto autarca de Oliveira do Hospital:
“Eu gosto muito do concelho de Oliveira do Hospital. Gosto muito de viver em Lagares da Beira, de sentir a minha terra, percorrer as ruas das localidades, falar com as pessoas. Gosto de ouvir para bem decidir. Sou uma pessoa com os pés bem assentes no chão, cuidadosa. Dedico em prejuízo de alguém… Dedico sete dias por semana da minha vida à causa do concelho de Oliveira do Hospital. Gosto de me esforçar. Gosto de estudar os dossiês e estar preparado. Isto para melhorar as condições de vida e a atratividade no concelho de Oliveira do Hospital”.
Casa da Cultura:
“Quero pedir desculpa publicamente a todos os cidadãos de Oliveira do Hospital e da região. São duas empreitadas, a requalificação do Brás Garcia de Mascarenhas e da Casa da Cultura, ganhas por dois empreiteiros diferentes. O nosso esforço foi no sentido de colocar sempre os empreiteiros em diálogo e colaboração mutua para que concluíssem a união entre os dois edifícios. Neste momento, o percurso de diálogo, de concertação e de articulação está feito e aguardemos que, a breve trecho, a obra seja reiniciada. Já não será necessário recorrer à via judicial. Temos condições para dizer que, neste momento, encontrámos uma solução. O importante era que os dois empreiteiros regressassem à obra. Eu também passo naquela rua, olho, e também me sinto incomodado. A obra tem que estar ao serviço dos cidadãos”.
Zona Industrial:
“Estão a ser criados 27 novos lotes, num investimento de mais de dois milhões de euros financiados. Investimento que teve de ser gerido num momento em que chega a Oliveira do Hospital a proposta de instalação da rede de gás natural, com 4,5 milhões de euros de financiamento. Esta é apenas a primeira fase. A seguir temos um outro investimento do PRR para pôr a Zona Industrial num dos dez projetos piloto a nível nacional. A Zona Industrial ficará dotada de 5G, com ilhas de energia de qualidade A+ e com sistema de videovigilância. Vamos ter uma comunidade de energia renovável com parque fotovoltaico. Tivemos que conciliar as duas obras e é claro que gerou atraso”.
Crise Energética com repercussões no orçamento municipal. Políticas sociais continuam a ser prioridade:
“É um problema angustiante de qualquer executivo que vai afetar, de forma séria, o orçamento municipal como vai condicionar o orçamento das famílias. Se não se pode baixar o custo, tem que se baixar o consumo. Poupar no Natal. Reduzir a iluminação. Temos que reduzir sob pena de nos faltar dinheiro para outras questões como apoio às famílias. O ano de 2023 vai ser desafiante e vai obrigar exigência no orçamento municipal pela necessidade de concluir obras, mas também apoiar as famílias. Em 2023 teremos que estar muito atentos às situações de desequilíbrio orçamental das famílias”.
Educação: ESTGOH e Campus Educativo
“As novas instalações da ESTGOH… É um processo que tem vindo a ser dialogado e temos um projeto em mente que é no centro da cidade, aliás, é uma condição do Politécnico de Coimbra. É importante para a ESTGOH e para a cidade ter esta capacidade de atração e fixação de alunos. É importante que, no imediato, comecemos a trabalhar no processo das novas instalações. Temos um ponto de partida que envolve um grande investimento. É necessário acautelar financiamento para estas instalações. É um projeto avultado. O Campus Educativo está a andar a bom ritmo. Neste momento, estamos a preparar o concurso para aquisição de equipamento e a preparar os acessos. É um processo de grande exigência”.
IC6:
“Neste momento, acho que as coisas estão a caminhar bem. Há uns meses tive uma reunião com os colegas de Tábua e de Seia com o Ministro das Infraestruturas. Havia uma questão de litigância, mas está em vias de ser ultrapassada. A breve trecho, teremos o projeto concluído e lançado um concurso público internacional. Há uma verba consignada, resultante do leilão do 5G afeto à conclusão do IC6, entre o Poço do Gato e o concelho de Seia, em Folhadosa. O nosso desejo, e aquilo que foi dialogado, é a necessidade da ligação do IC6 à A25, a estrada que nos liga á fronteira. Temos a indicação que o projeto de execução avançará rapidamente e quanto à verba, esta está inscrita no Orçamento de Estado. Neste momento, estão reunidas as condições para, rapidamente, se executar o projeto, abrir o concurso e lançar a obra. Quem tem que lançar a obra é o Governo e, portanto, espero participar nesse momento o mais rápido possível. O IC6 é uma dívida da República para com esta região. Devia ter sido construído nos anos 90. Perdeu-se muito tempo, sucederam-se vários governos. Esta região prejudicou-se muito e perdeu muito nos últimos 30 anos pelo facto de não ter o IC6 concluído. Hoje podia ser mais competitiva, gerar mais riqueza, mais postos de trabalho e ter mais residentes”.
Saúde:
“Serviço de 24 horas é uma das prioridades da intervenção do executivo. Neste momento, está pedida uma audiência ao Ministro da Saúde para falar sobre este tema. É fundamental encontrar uma solução para atendimento 24 horas. Candidatámos ao PRR o projeto de requalificação do Centro de Saúde, investimento de 2,3 milhões de Euros. Nós fazemos a obra, mas é preciso que o Ministério trate de colocar lá os recursos humanos. A Fundação Aurélio Amaro Diniz foi o recurso que houve. Estaremos do lado da solução. Os cidadãos de Oliveira do Hospital precisam de urgências 24 horas.
Desígnio para segundo ano de mandato:
“O grande desígnio para este segundo ano de mandato vão ter de ser as famílias. Estamos preocupados com os impactos da crise energética e dos riscos da inflação nas famílias. Vamos estar muito atentos. Queremos ganhar proximidade aos cidadãos, começar com reuniões de descentralizadas nas freguesias. Aproximar com humildade, abertura, com diálogo. Qualidade do serviço prestado pela Câmara Municipal. Queremos disponibilizar mais serviços de várias tipologias aos cidadãos. Queremos executar todos os projetos que têm financiamento. Queremos investir na edução e na componente empresarial. Temos de estar preparados para fazer face às contrariedades e dificuldades que são certas devido ao contexto em que vivemos. 2023 vai ser um ano muito desafiante. Vai exigir muito das equipas autárquicas. Espera-se muito trabalho mas vamos continuar com a tónica com que temos estado desde o dia 19 de outubro de 2021: trabalhar de forma imparável”.
Excertos da entrevista. Oiça na íntegra»»»»