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Covilhã reforça pontos de água de combate ao fogo na serra da Estrela

A serra da Estrela passou hoje a dispor de um reservatório de defesa da floresta contra incêndios com capacidade para 200 mil litros de água, financiado pela Câmara da Covilhã.

A estrutura para agilizar o reabastecimento de meios aéreos e terrestres de combate ao fogo, localizada no Parque Natural da Serra da Estrela, junto à Casa do Guarda, num logradouro cedido pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), foi hoje inaugurada pelo presidente da Câmara da Covilhã, Vítor Pereira, que adiantou tratar-se de um investimento do município superior a 30 mil euros e informou que este é o primeiro de dez reservatórios a instalar.

“O nosso objetivo é criar uma rede de reservatórios”, informou Vítor Pereira, adiantando que os restantes serão três vezes maiores e têm um custo superior, para os quais a autarquia está a tentar assegurar financiamento no âmbito do Plano de Revitalização da Serra da Estrela.

Segundo o autarca da Covilhã, no distrito de Castelo Branco, o novo reservatório aumenta a água disponível e, em caso de incêndio, permite aos operacionais uma maior rapidez no reabastecimento.

Os 200 mil litros de água, de acordo com o presidente da Câmara da Covilhã, são suficientes para que dois helicópteros possam estar a utilizar o reservatório em simultâneo durante sete horas consecutivas, embora a capacidade possa ser maior, uma vez que é reabastecido em permanência por uma linha de água natural, conduzida por condutas.

A localização, referiu Vítor Pereira, é estratégica, devido aos acessos, mas também à altitude, 900 metros, o que “exige menos esforço para o helicóptero se deslocar” e a encosta da Covilhã fica “com um ponto de água numa zona que não estava coberta”.

“Este reservatório aumenta a oferta de água disponível, permite rapidez, reduz o tempo de resposta e permite uma maior rapidez e frequência entre abastecimentos”, acentuou o edil, sublinhando a importância de reduzir “a probabilidade de alastramento do fogo”.

Os restantes nove reservatórios planeados para o concelho terão localizações estratégicas, em zonas de maior risco e próximos de linhas de água.

Embora não tenha previsão de quando esses investimentos possam avançar, Vítor Pereira informou que essas infraestruturas vão ser montadas na Erada, Trigais, Sobral de São Miguel, São Jorge da Beira, Casegas, Cortes do Meio, Tortosendo, Verdelhos e Sarzedo.

A falta de pontos de água foi referida no relatório de análise do incêndio na serra da Estrela de 2022 e uma das recomendações foi estudar a instalação de mais equipamentos destes em zonas de montanha – “uma das lições aprendidas”.

“O estudo não foi apenas uma formalidade, teve aplicação prática”, realçou o presidente da Câmara covilhanense.

Para garantir redundância no abastecimento, a estrutura está também ligada ao sistema de captações da rede municipal Águas da Covilhã.

O grande incêndio na serra da Estrela deflagrou no dia 06 de agosto de 2022, em Vila do Carvalho, na Covilhã, alastrou a outros concelhos e consumiu 28 mil hectares do Parque Natural da Serra da Estrela (PNSE), um quarto da sua área.

Com o novo reservatório, numa situação semelhante, em que os meios aéreos utilizaram, na zona, a Barragem do Corge, poder-se-ia poupar entre cinco e dez minutos entre descargas, comparou o autarca.

A diretora regional do ICNF, Fátima Reis, considerou a infraestrutura “indispensável” para um combate “mais rápido e de forma continuada” e considerou o reservatório “um exemplo de que não se deve estar à espera dos fundos comunitários para fazer os investimentos”.

O coordenador municipal de proteção civil, Luís Marques, vincou a aposta feita na encosta da serra em quatro bocas-de-incêndio, fazendo com que as viaturas já não tenham de se deslocar para muito longe para abastecerem, e frisou que no total vão ser 12, enfatizando o “aumento da eficácia” quer com esta medida, quer com o novo reservatório.

LUSA

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