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Covid-19: Investigador Carlos Antunes estima que Portugal atinja oito mil mortes até ao final do ano

O professor e investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), Carlos Antunes, estima que o país registe oito mil mortes por Covid-19, até ao final do ano.

No espaço de análise à evolução da pandemia, retomado esta tarde, com a colaboração de Carlos Antunes, o conhecido investigador natural de Oliveira do Hospital referiu que, de acordo com as suas projeções, o pico de novos casos diários, a rondar os sete mil casos, deverá ocorrer “entre os dias 25 de novembro e 3 a 5 de dezembro, podendo ocorrer até mais cedo”. Já quanto aos óbitos, o pico poderá ocorrer “na primeira e segunda semana de dezembro”, com números entre “90 a 100 óbitos” por dia.

Autor do estudo hoje analisado em reunião do Infarmed, Carlos Antunes adiantou, também, que “o modelo” que utiliza para as projeções indica que “vamos atingir, até ao final do ano, os oito mil mortos com Covid-19”.

“A curva de mortes acumuladas de Covid-19 está numa trajetória que vai para as oito mil. Se somarmos todos os dias 80 óbitos é fácil chegar a esse valor. Mesmo que tentemos achatar curva da incidência de novos casos, a curva da mortalidade vai demorar a responder. Ela já ganhou aceleração e não vai desacelerar. Muitos dos que vão morrer nos próximos dias já estão infetados. Isso é uma inevitabilidade”, afirmou o investigador.

Na Rádio Boa Nova, Carlos Antunes mostrou-se igualmente preocupado com a “outra letalidade” que “são os casos laterais”. Analisando os dados, conclui que “por cada óbito de Covid-19 vai existir, este ano, mais um óbito não Covid, o que resulta em 16 mil óbitos”.

A considerar que as medidas implementadas para fazer face à pandemia “são necessárias”, o investigador nota que “será necessária uma maior adesão” a nível individual. “É isso que as pessoas têm que entender”, frisou, notando a importância de “nas áreas e concelhos que tenham maior incidência, sermos mais apertados nas medidas e mais contidos na mobilidade”.

É por isso necessário “o indicador da incidência acumulada (240 infeções por 100 mil habitantes) para podermos comparar os grandes centros com os pequenos centros, as grandes cidades com as pequenas cidades”. Na Rádio Boa Nova, Carlos Antunes explicou a aplicação do modelo para o caso de Oliveira do Hospital: “Os casos ativos são cerca de 30. (Dividindo pelo número de habitantes, cerca de 19 mil), isso dá 0,15 por cento e se multiplicarmos por 10 passamos a ter o número de casos por mil, passa a ser de 1,5 pessoas por cada mil, se multiplicarmos por mais 10 dá 15 por cada 10 mil e se multiplicarmos por mais 10 dá os 145 a 150 casos por cada 100 mil”.

Confira no vídeo a análise completa por Carlos Antunes na Rádio Boa Nova.

O espaço de análise Covid-19 passa a ter periodicidade semanal, às quintas-feiras, às 16h15, com reposição às 18h20.

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