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Covid-19: “Incidência vai deixar de diminuir, estabilizar e eventualmente começar a aumentar”

O especialista Carlos Antunes disse hoje, na Rádio Boa Nova, que “nas próximas semanas vamos assistir a uma estabilização do número de casos” de Covid-19, mas com o aumento da mobilidade, a incidência deverá “começar a aumentar”.

Esta quinta-feira, 11 de março, o país aguarda pelo anúncio do plano de desconfinamento, sendo praticamente certa a reabertura, na próxima semana, do ensino pré-escolar e do 1º ciclo. Dado o índice de desconfinamento, que tem vindo a baixar, o investigador da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, considerou no habitual espaço de análise à pandemia que, nas próximas semanas o país “não terá muito mais força para baixar além dos 600 casos”. Ainda que , sem certezas quanto à reabertura de outros níveis de ensino e outras atividades como cabeleiras e barbeiros, Carlos Antunes  antecipa que “a incidência vai deixar de diminuir, estabilizar e eventualmente começar a aumentar”.

Hoje o país registou mais 627 novos casos e 18 mortos, tendo que recuar a 22 de outubro para encontrar um dia com um menor número de óbitos (16).  Segundo Carlos Antunes, o “número de óbitos e de internamentos vai continuar a responder à descida e, o número nos Cuidados Intensivos, certamente no final desta semana, deve baixar os 245 que é o tal limiar”. ”Estaremos num patamar já de alguma estabilidade em termos de internamentos hospitalares, na ala covid. Contudo, vamos manter-nos vigilantes e esperar que a nova estratégia da testagem e o reforço no rastreio dê resultados e permita um desconfinamento, um bocadinho mais seguro, em termos de ressurgimentos”, referiu.

Segundo o especialista, natural do concelho de Oliveira do Hospital, “o risco está lá e vai existir sempre”. Carlos Antunes alertou para o facto de a nova variante do Reino Unido ter voltado a ganhar força, indo já “nos 65 por cento de prevalência a nível nacional”. “Também temos a triste notícia de Inglaterra de que, afinal, essa variante causa maior mortalidade”, alertou.

No espaço de análise na Rádio Boa Nova, Carlos Antunes adiantou que “tirando algumas exceções , como Inglaterra, Irlanda e Suíça que começaram agora a desconfinar e ainda mantêm uma estabilização, quase todos têm uma nova vaga, uns com maior dimensão como é o caso da República Checa, a Sérvia e a Hungria , outros com menor dimensão”. Também na Noruega , Dinamarca, Suécia, a Grécia se verifica resposta (nova vaga) aos desconfinamento.

“O que se espera é que seja uma quarta vaga de menor dimensão e de mais fácil controlo. Se as pessoas todas cumprissem as regras, de se manter o distanciamento, proteção individual e  a etiqueta respiratória, seria suficiente. Mas, isso é teoria, na prática a adesão das pessoas às medidas nem sempre é aquela que gostaríamos de ter”, observou, apontando o Natal como o exemplo do que correu mal. “Entre o ideal e o real há uma distância imensa. As pessoas têm que se consciencializar de que é preferível um esforço individual para o bem coletivo”.

Num olhar à situação no concelho de Oliveira do Hospital, que regista seis casos positivos e uma taxa de incidência (em 8 de março) de 31 casos por 100 mil habitantes, Carlos Antunes considerou que os números “são muito positivos” à semelhança do que vai acontecendo em  quase todos os concelhos, “embora já se note uma estabilização”.

Confira a análise completa no vídeo em cima>>>

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