O Hospital da Fundação Aurélio Amaro Diniz (FAAD) já realizou, até ao momento, cerca de 250 testes sorológicos de despistagem à Covid-19.
Em entrevista à Rádio Boa Nova, Carmen Fernandes, Diretora Clínica do Laboratório do Hospital da FAAD, adiantou que o mesmo está a “realizar testes de despistagem à Covid-19 desde a semana passada” e os respectivos testes foram adquiridos e fabricados na Alemanha, com “autorização de comercialização pela Comunidade Europeia e registo no Infarmed de Portugal”. “São, por isso, testes fiáveis, com elevada sensibilidade e especificidade”, garantiu a responsável.
Para despistagem ao Covid-19, existem dois tipos de testes que podem ser realizados: os testes sorológicos, que a FAAD possui, e os testes PCR.
Na Rádio Boa Nova, Carmen Fernandes explicou o processo da realização do teste até se chegar ao resultado. Primeiramente, é colhida uma amostra de sangue do paciente a testar que depois é processada laboratorialmente. Posteriormente é “executado o teste à Covid-19”, um “teste rápido que utiliza o método chamado imunoensaio cromatográfico, que deteta a presença de anticorpos, que combate o vírus”. “Se o sangue do paciente tiver anticorpos, estes vão ligar-se à linha invisível e produzir uma linha colorida. Quando visualizamos uma linha colorida indica que o teste é positivo”, explicou.
De acordo com a especialista em análises clínicas, este teste “deve ser utilizado como auxiliar de diagnóstico à Covid-19 e não como um critério único de diagnóstico, devendo os resultados ser interpretados em conjunto com a situação clínica”. Realizado este tipo de teste, “será necessário realizar o outro teste, o teste PCR.
Carmen Fernandes realçou ainda que, “na fase inicial da infeção, entre três a sete dias após a exposição ao vírus, os anticorpos podem ainda estar abaixo do limite de deteção”, ainda assim “consegue-se detetar infeção ainda num estado inicial”.
Quanto ao outro tipo de teste, feito através de zaragatoa, utiliza uma técnica de PCR que “pesquisa material genético do vírus” e pode ser feito somente em alguns locais, em laboratórios maiores”.
“Os dois testes são bons. Podem e devem ser utilizados em conjunto”, defendeu, esclarecendo que os testes sorológicos “são mais económicos, mais simples e com resultado pronto em dez minutos”, enquanto os testes PCR “são mais caros e mais específicos”, não suscitando dúvidas.
Quando o teste apresenta “resultado inconclusivo”, o mesmo deve ser repetido pois “poderá apresentar um baixo nível de anticorpos”.
Para o laboratório do hospital da FAAD, são encaminhados suspeitos pelas autoridades de saúde. As colheitas são feitas pela equipa de enfermagem do hospital nas residências dos suspeitos, lares, entre outros locais e depois levadas até ao laboratório. “Em cerca de meia hora sabe-se o resultado”, disse.
A acompanhar a amostra do paciente, está a situação clínica do mesmo, neste caso, referindo se apresenta sintomas.
“Entre as autoridades de saúde do concelho, Município e Fundação Aurélio Amaro Diniz, a articulação tem sido excelente no combate a esta pandemia. Têm sido tomadas todas as medidas para evitar o contágio e a propagação do vírus”, concluiu.