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Covid-19: Gravidade da nova estirpe ainda tem de ser avaliada

A nova variante do coronavírus que provoca a doença a covid-19, detetada em Inglaterra, tem gerado preocupação na comunidade científica, embora sem provas de que seja mais letal ou tenha impacto na eficácia das vacinas. A estirpe mais recente levou, este domingo vários países europeus a suspenderem voos e transportes marítimos oriundos do Reino Unido.

O Governo português também restringiu a entrada no país de passageiros de voos provenientes do Reino Unido a cidadãos nacionais ou legalmente residentes em Portugal, anunciaram este domingo os ministérios da Administração Interna e da Saúde.

Os Estados-membros da União Europeia (UE) vão reunir-se de emergência esta segunda-feira para discutir a nova variante do SARSCov-2, visando coordenar as respostas comunitárias, anunciou o porta-voz da presidência alemã da UE, Sebastian Fischer.

Como surgiu a nova variante do coronavírus?

Durante o seu processo evolutivo, os vírus costumam adquirir pequenas alterações no código genético. Uma estirpe levemente modificada pode tornar-se mais comum num país ou região apenas por se ter instalado ali primeiro.

Eventos propícios à propagação do vírus em larga escala também ajudam a multiplicar a nova estirpe, assente em quase duas dúzias de mutações da proteína da espícula, que o vírus usa para se ligar e infetar as células humanas.

Numa resposta escrita enviada à Lusa, a Direção-Geral da Saúde (DGS) disse que, de modo geral, “os vírus mudam constantemente por meio de mutações e o surgimento de uma nova variante é uma ocorrência esperada e não é motivo de preocupação por si só”.

No Reino Unido, as autoridades notificaram a Organização Mundial da Saúde sobre uma nova estirpe em circulação desde setembro, que poderia estar associada à aceleração do número de infeções em Londres e em vários condados das regiões sudeste e leste.

A nova estirpe pode reinfetar pessoas ou diminuir a eficácia das vacinas?

A generalidade dos investigadores considera existir uma baixa possibilidade de que novas variantes sejam resistentes às vacinas, lembrando que estas produzem respostas direcionadas para todo o sistema imunitário e para a própria proteína da espícula.

Alguns países já começaram a administrar às populações doses das vacinas desenvolvidas pelas empresas norte-americanas Moderna e Pfizer, ambas suscetíveis de sofrer futuros ajustes, conforme evoluam as mutações do coronavírus.

“As vacinas demonstraram ser capazes de induzir a produção de anticorpos protetores nos seres humanos contra várias regiões da espícula do vírus, pelo que, com base na opinião dos peritos do Reino Unido, não existem dados que sugiram a perda de eficácia das vacinas nesta nova variante”, esclareceu à Lusa a Direção-Geral da Saúde.

Com: Lusa

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