O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), face à dificuldade de obter alguns dos componentes dos equipamentos de proteção individual, já confecionou 450 botas e 700 cogulas nas suas instalações, foi hoje anunciado.
“Com o início dos casos de Covid-19, no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) foi percetível a dificuldade de obter alguns dos componentes dos equipamentos de proteção individual, nomeadamente artigos de proteção da cabeça e da região cervical e ombros (cogula), e botas de proteção de cano alto”, conta uma nota de imprensa enviada hoje à agência Lusa.
O CHUC diz que, “face a esta situação, um conjunto de profissionais desenvolveu soluções criativas e foi lançado o desafio de se colmatar internamente esta lacuna, com a confeção dos artigos em falta”.
“Desafio que foi, de imediato e sem reservas, assumido por seis costureiras que trabalham na rouparia do CHUC (cinco do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais — SUCH – e uma do CHUC)”, continuam os Hospitais de Coimbra.
A nota refere ainda que, “a trabalharem em exclusivo e desde então, nesta tarefa, foi possível, no passado dia 12 de março, produzir, no CHUC, a primeira cogula e as primeiras botas, em tecido, para proteção adequada dos profissionais de saúde que lidam diretamente com os doentes vítimas ou possíveis vítimas da covid-19. E, desde então, produzir cerca de 450 botas e 700 cogulas”.
“Tratou-se de uma solução inovadora, perante um desafio que requeria determinação e prontidão, e o compromisso de quem não baixa os braços perante as adversidades, a incerteza e o desconhecido. E foi, exatamente, o que aconteceu, à semelhança do que se regista com a generalidade dos profissionais e equipas do CHUC”, lê-se na nota.
Esta é, para os Hospitais de Coimbra, “uma aposta ganha, que vale por si e pelo que representa de apoio à segurança dos que cuidam e tratam dos doentes, mas que vale também pelo exemplo” porque “vários hospitais já adotaram a mesma metodologia ou a estão a adotar, para responder à escassez deste tipo de artigos no mercado”.
“Com o aumento do número de casos, torna-se difícil confecionar todas as peças necessárias, pelo que estamos já a tentar organizar grupos externos, de voluntários, que possam ajudar nesta tarefa, utilizando o material do hospital”, concluiu o CHUC.