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Corte de árvores gera polémica em Travanca de Lagos (com áudio)

O recente corte de quatro árvores de grande porte na freguesia de Travanca de Lagos, no concelho de Oliveira do Hospital, não foi bem  aceite por um grupo de populares…

… e pais de crianças que frequentam a EB1 da localidade, onde também foi cortada uma árvore que ali existia há dezenas de anos.

Reportagem áudio

Rosalinde Schön, mãe de um menino que frequenta escola de Travanca de Lagos, que no momento de deixar o filho na escola, presenciou o corte da árvore, acabou por iniciar o movimento contra o abate de árvores nas redes socais. Aconteceu no dia 11 de setembro e , em declarações à Rádio Boa Nova, Rosalinde Schön disse que questionou porque estavam a cortar a árvore que lhe responderam que a árvore estaria “mal”. A mãe contou que o barulho “era ensurdecedor”, que a “ação era brutal” e que para “as crianças foi um susto”.

Pedagogicamente, Rosalinde Schön entende que a ação foi despropositada já que nas escolas se ensina a plantar e preservar árvores. Referiu que no caso do filho, que tem “uma sensibilidade muito grande”, “ficou chocado e muito triste e “não queria creditar no que estava a acontecer”.

Rosalinde conta com o apoio dos outros  pais que também não concordam com o corte da árvore. Também João Dinis , com fortes ligações familiares a Tavanca de Lagos e com um filho na mesma escola, partilha o sentimento de  revolta pelo abate de árvores, não só junto à escola,  mas também no triângulo central de acesso ao centro da freguesia.

“Questionei um representante da junta que me disse: não te chateies, isto é apenas um cedro, é apenas um pinheiro”, contou à Rádio Boa Nova indignado com tamanha ignorância. João Dinis foi informado de que a decisão do abate das árvores resultou de votação em Assembleia de Freguesia. Porém, a ser assim, entende que é suposto que quem foi eleito para a junta,  esteja lá para defender a população e “não para tomar decisões levianas”.

Com a exceção de uma das árvores que sabe que estava seca, João Dinis não vê nenhum benefício no corte nas restantes árvores. “O custo é mais elevado do que a opção de intervencionar as árvores. Acho que era mais barato do que ter lá uma empresa a cortar as árvores”, comentou.

O popular questiona ainda a política municipal associada ao corte de árvores, já que junto do município lhe terá sido dito que a Junta de Freguesia tem autonomia nesta matéria. Considera lamentável que passados dois anos depois do grande incêndio que dizimou o concelho e os concelhos vizinho não haja uma política comum ambiental.

Contactada pela Rádio Boa Nova, a presidente da Junta de Freguesia de Travanca de Lagos, Teresa Falcão de Brito, referiu(em declarações que não quis gravar) que a decisão de proceder ao corte das árvores  foi unânime em assembleia de freguesia realizada no dia 11 de junho 2019. Adiantou que no que respeita à escola, o corte da árvore foi necessário porque estava a degradar o muro, “que estava em risco de ruir” e “logicamente que o espaço vai ser requalificado”, acontecendo o mesmo com o triângulo central da localidade . À Rádio Boa Nova, Teresa Falcão de Brito admite que “custa-nos a todos cortar árvores” , “mas foi uma tomada de decisão consciente”.

Abordada pela Rádio Boa Nova, Teresa Dias, vereadora da Floresta do Município de Oliveira do Hospital verificou que cabe às Juntas de Freguesia gerir os seus espaços.

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