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Confraria alerta para potencial económico do medronho na região

 A Confraria do Medronho alertou para o potencial económico desta espécie autóctone, naquela que foi mais uma cerimónia de entronização de novos confrades que decorreu, este ano, no concelho de Seia.

Apesar de todo o trabalho que tem vindo a ser realizado desde a fundação da Confraria, em 2008, na divulgação e promoção do medronho e do medronheiro desta região, Vasco Campos, Mordomo Mor da Confraria do Medronho, não tem dúvidas que há ainda um longo caminho a fazer para que a cultura desta espécie seja considerada atrativa pelos produtores locais.

“O objetivo que tínhamos em 2008 e que não está completamente conseguido era a divulgação da cultura do medronho e do medronheiro, por tudo o que esta espécie traz, mas há uma coisa que conseguimos foi trazer o medronho desta região para a praça pública”, considera, todavia, aquele dirigente, acreditando que “muito por influência” da Confraria do Medronho, este fruto passou a ser encarado com uma “opção agrícola e florestal na nossa região”. “Hoje o medronho é utilizado na produção de aguardentes, licores , doces, geleia, nos próprios arranjos florais”, pelo que “ a sua utilização para fins comerciais é já uma realidade aqui na nossa região”. Contudo, referiu “ há um trabalho muito grande a fazer na divulgação e implementação de novas destilarias e novas unidades de produção destes produtos, que ainda são muito poucas aqui na nossa região”, constatou, não resistindo a fazer a comparação com a região do Algarve, onde só o concelho Monchique tem cerca de três dezenas de destilarias certificadas. “Quando eu ouço isto e aqui só temos uma destilaria certificada no concelho de Seia, dá para perceber o trabalho que ainda está por fazer na nossa região”, aludiu o mordomo mor, apontando assim o potencial de crescimento que esta espécie tem e que está por explorar. “A nossa aguardente é uma aguardente com características diferentes de outras que existem no mercado, é muito suave e muito mais aromatizada, pode ser um sucesso comercial”, acredita Vasco Campos, que enquanto dirigente florestal nesta região, alerta igualmente para as vantagens da plantação e propagação desta espécie. “O medronheiro é uma planta emblemática em termos de biodiversidade, é autóctone, e está associada a um ecosistema que é muito importante para a floresta desta região”, explicou na cerimónia do nono capitulo da Confraria a que preside, deixando o apelo aos proprietários que hoje têm a tentação de olhar apenas para o eucalipto como a espécie mais rentável, para olharem para esta cultura como uma “opção” em que podem retirar um “rendimento anual”.

Coordenador Nacional da Bolsa de Terras, Nuno Russo, foi entronizado confrade de honra da Confraria do Medronho, e chamou também ele a atenção para o potencial ainda pouco conhecido deste projeto lançado em 2013, contando, ainda assim, com alguns “resultados interessantes”. Nos últimos três anos foram disponibilizados no âmbito do Banco de Terras, 16, 5 héctares de terra, tendo sido transacionados 5,5 héctares, entre venda e arrendamento. “São valores relevantes que mostram o potencial deste projeto a nível nacional”, afirmou aquele responsável, para quem tem estado a faltar uma “campanha de promoção em larga escala” para fazer crescer a Bolsa de Terras.

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