A Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra manifestou a sua preocupação com a diferença de dotação afeta pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) ao Centro face à dotação afeta ao Norte e a Lisboa e Vale do Tejo.
Segundo nota enviada à Rádio Boa Nova, no âmbito do aviso do PRR que se encontra a decorrer, destinado à promoção dos cuidados de saúde primários, nomeadamente à qualificação de instalações e equipamentos dos centros de saúde, verifica-se que a dotação atribuída por este aviso às instalações e os equipamentos dos centros de saúde do Centro corresponde a menos ¼ da dotação atribuída ao Norte e Lisboa e Vale do Tejo.
“Ficámos surpresos e verdadeiramente preocupados ao sermos confrontados com esta dotação, porque a saúde é uma área estratégica e o investimento nesta área é essencial e decisivo para a recuperação da pandemia e para a coesão do território”, afirma Emílio Torrão, presidente do Conselho Intermunicipal da CIM Região de Coimbra.
O autarca sublinha ainda que “esta discrepância de valores entre o Centro e o Norte e Lisboa e Vale do Tejo é enorme. O aviso é de 63 milhões de euros e 70% desse valor é alocado a investimentos no Norte (35%) e Lisboa e Vale do Tejo (36%), enquanto para os centros de saúde do Centro são previstos menos de 5 milhões de euros (8%). Isto demonstra a bipolarização dos investimentos do país para a qual temos vindo a alertar, que foi acentuada pelo PRR, cuja gestão é centralizada em Lisboa.”
Note-se que só na Região de Coimbra já foi sinalizada a necessidade de investimento em equipamentos de saúde num valor superior a 11 milhões de euros.
“Já solicitámos uma reunião ao presidente da Unidade de Missão “Recuperar Portugal”, no sentido de procurar clarificar estas diferenças que acentuam ainda mais desigualdades entre os territórios”, conclui Emílio Torrão.