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Cidadão estrangeiro quer expulsão de comunidade fixada na freguesia de Seixo da Beira

Um cidadão estrangeiro radicado na freguesia de Seixo da Beira, no concelho de Oliveira do Hospital, reclamou hoje junto da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital a tomada de “medidas para a expulsão” dos cerca de 40 membros da comunidade estrangeira que se fixou numa Quinta de Seixo da Beira e se apresenta como “The Kingdom of Pineal”, gerida pela “Paraíso Imensurável Trust Association”.

A intervir na reunião pública do executivo municipal, Eddy Hermus, com residência na Quinta Vale do Servo, apelou ao “encerramento do parque de campismo do Pineal”, à “remoção de todas as estruturas ilegais, tendas e caravanas e duas estufas instaladas sem licença da Câmara Municipal”. Diretamente, o cidadão considerou “urgente” que a Câmara tome “medidas de expulsão dos membros” da comunidade “que se chama religiosa e não é”. Eddy Hermus denunciou a prática de “atividades ilegais na quinta”, nomeadamente a suspeita de “cultivo ilegal” de sustâncias, a “remanência se emigrantes clandestinos” e a invocação de “soberania em território nacional”. “Têm placas e bandeiras de que a propriedade deve ser conhecida como território autónomo «Kingdom of Pineal»” e, segundo Eddy Hermus, “estão convencidos de que as leis portuguesas não têm que ser cumpridas e só as leis deles devem ser respeitadas”.

Esta não foi a primeira vez que Eddy Hermus expôs o caso à Câmara municipal em jeito de denúncia, dando conta de um conjunto de cartas a que o executivo “não respondeu”. O cidadão que, contudo, chegou a participar numa reunião com o presidente da Câmara Municipal e o seu chefe de Departamento João Mendes, pediu hoje “uma certidão da decisão de eliminação desta situação” e questionou se o Serviço de Estrangeiros e Fronteiros (SEF) já foi avisado.

Em causa está também a localização da comunidade numa zona de perigo incêndio rural, sendo que naquele local “não há limpeza, há vegetação à volta de tendas, caravanas e casas pré-fabricadas e as extremas não estão limpas,” havendo “material inflamável espalhado por toda volta”, nomeadamente “plásticos e erva seca em caixas de madeira”.

“O meu pedido é urgente porque não pode ser adiado. Deve ser imediato”, defendeu o cidadão, considerando que ao não atuar, “a Câmara Municipal está a admitir uma ilegalidade no concelho”. E, no futuro, “qualquer pessoa pode fazer tudo e construir tudo dentro do concelho” e “já não é preciso respeitar o Plano Diretor Municipal e o Plano Municipal Contra Incêndios”.

O presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital assegurou que o executivo está a acompanhar a situação, tendo já “levantado dois autos por infração ao regime jurídico de urbanismo e edificação, relativos a construções ilegais e acampamento ilegal na Quinta dos Poços”. José Francisco Rolo adiantou que, no que respeita a outras áreas que não são da responsabilidade do Município, nomeadamente as plantações em estufas e modo de vida das crianças da comunidade, as situações foram encaminhadas para a GNR e o Ministério Público. Segundo adiantou o autarca, já foi enviada uma notificação ao proprietário do espaço para a regularização da situação no prazo de 30 dias.

A propósito, o vereador da coligação PSD/CDS-PP apelou à Câmara Municipal para que “não descuide as suas obrigações” em relação a este assunto, porque há matérias relacionadas com a “presença de estrangeiros e a sua legalidade” e de crianças. “Acho que deve ser preocupação do Município junto das autoridades e ser repressiva se tiver que ser e acautelar os direitos de uns e de outros”, defendeu Francisco Rodrigues.

O também vereador da oposição, Rui Fernandes, convidou a que visitem o site da comunidade Kingdom of Pineal, para se perceber melhor o que está em causa.

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