O ataque informático de que foi alvo o Município de Oliveira do Hospital há já quase duas semanas está a impossibilitar a realização de pagamentos a fornecedores, de vencimentos e a inviabilizar serviços como o balcão único, obras públicas e particulares, entre outros.
Esta manhã, em reunião pública do executivo, o presidente José Francisco Rolo adiantou que o ataque tem criado muitos constrangimentos, tendo sido necessário contratar uma empresa do Norte do país para “fazer a recuperação do sistema”. “Tem sido uma tarefa complexa e árdua”, avançou o autarca, notando que os esforços passam por “tentar recuperar toda a informação, para que os serviços possam retomar a normalidade”. “Estamos sem fazer pagamentos”, partilhou José Francisco Rolo, notando que o mesmo acontece ao nível dos recursos humanos no que toca ao pagamento de vencimentos, entre outros constrangimentos.
No processo de deteção e recuperação do ciberataque, Rolo destaca o trabalho dos técnicos informáticos do Município, na pessoa de David Oliveira. Esta manhã, o autarca apresentou mesmo um voto de reconhecimento e louvor por tudo o que têm feito para a reposição do sistema.
O ataque que teve “uma escala elevada” e não teve associado um pedido de resgate foi reportado ao Conselho Nacional de Cibersegurança, à Comissão Nacional para Proteção de Dados e foi apresentada queixa à Polícia Judiciária. “Foram provocados danos e têm sido criados constrangimentos aos cidadãos”, sublinhou o autarca que preside a uma Câmara Municipal onde “está tudo praticamente digitalizado”.
Em reação ao ataque de que o Município foi alvo, José Francisco Rolo admite que os passos a dar implicam um grande investimento num novo software e hardware, reforço de recursos humanos na área da informática e das plataformas em uso e, em paralelo, um trabalho de formação junto dos utilizadores.
A propósito, esta manhã, o vereador da oposição (coligação PSD- CDS/PP), Francisco Rodrigues, que questionou sobre as atividades desenvolvidas junto do Município no âmbito do projeto da CIM Região de Coimbra ao nível dos ciberataques, considerou que “as questões da cibersegurança não se resolvem com mais técnicos”. “Resolvem-se com formação, modos de funcionamento para evitar o que aconteceu. O que aconteceu foi porque houve alguma fragilidade. É preciso formação, de outra forma vamos ter um novo ciberataque”, considerou.
A substituir o também vereador da oposição Rui Fernandes, na reunião desta manhã, Sofia Clara sugeriu ao Município a formação nesta matéria que está disponível no site da Cibersegurança.