O Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Oliveira do Hospital (AEOH) entregou, na tarde de ontem, 45 diplomas a candidatos certificados que terminaram os ciclos de estudos pretendidos, desde o ensino primário ao ensino secundário.
Com o objetivo de compensar “uma lacuna” na vida das pessoas que, por vários motivos, não concluíram os seus estudos, o Centro Qualifica pretende “qualificar mais” a população do concelho de Oliveira do Hospital.
Para Carlos Carvalheira, diretor do AEOH, a sessão de entrega dos diplomas pretendeu “relevar e enaltecer o esforço e dedicação de um conjunto de pessoas que, depois de alguns anos, quiseram qualificar-se mais”. “Queria mostrar o meu orgulho e o meu contentamento por aquilo que o Agrupamento tem feito em prol da valorização do conhecimento”, disse, referindo que este é o exemplo que quer “transmitir a todos aqueles que não acabaram o 9º ou 12º ano”. “Nunca é tarde para aprender”, rematou Carlos Carvalheira.
Por sua vez, Cristina Borges, Coordenadora do Centro Qualifica, referiu que “definitivamente esta é uma causa pública que carece de articulação entre o AEOH, o Centro Qualifica e o Município”. “Ainda há um baixo índice de escolaridade na população adulta no nosso concelho e esta é uma tarefa de todos nós e, em conjunto, temos de lutar para dar uma reviravolta a estes números”, afirmou a responsável.
Na ocasião, Graça Silva, vereadora da Educação do Município oliveirense, deu os parabéns aos diplomados “por mais uma meta alcançada”. “Sem dúvida nenhuma que é um orgulho para nós, Câmara Municipal”, disse, mostrando-se “muito sensibilizada”. “Toca-me profundamente ver um conjunto de idades que é transversal, com mais qualificação, capacidade argumentativa, dom da palavra, mais informada e com mais possibilidade de reivindicar os seus direitos”, justificou.
Na sessão de entrega, que teve lugar na Feira do Livro, houve ainda oportunidade de ouvir um testemunho. Vítor Fernandes, que agora vê concluído o 12º ano, relembrou a dificuldade em “regressar aos livros” depois de ter sido chamado para o serviço militar e, por isso, ingressou no mercado de trabalho. Recordou que depois de trabalhar 23 anos nos escritórios da IRAL, a empresa entrou em dissolvência. “Caí no flagelo do desemprego numa idade em que ninguém quer saber de competências. Somos novos demais para a reforma e velhos demais para trabalhar”, desabafou. Foi nesse momento que ouviu falar do Centro Qualifica. Hoje está certo de que “valeu a pena” pois encontra-se a trabalhar. “O saber não pesa nem ocupa lugar. Nunca é tarde para aprender”, salienta Vítor Fernandes que convida a todos para este desafio.