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Centro de Interpretação das Ruínas Romanas da Bobadela recebeu oito mil visitas em apenas um ano

O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, que hoje se assinala, está a ser comemorado no Centro de Interpretação das Ruínas Romanas da Bobadela, …

… no concelho de Oliveira do Hospital. O espaço que hoje celebra o primeiro aniversário já ultrapassou as oito mil visitas, afirmando-se como importante referência cultural do concelho.

O Centro de Interpretação das Ruínas Romanas da Bobadela construído em 2007 nunca chegou a cumprir a sua missão, acabando pelo contrário por apresentar sinais de grande degradação que obrigaram à recuperação do espaço, a que se sucedeu o trabalho de musealização e interpretação do legado romano na Bobadela, conhecida como “Splendidissima civitas”. O investimento rondou os 250 mil euros.

Esta  manhã, a participar na sessão de abertura do I Colóquio Terras de Ulvária, o presidente do Município de Oliveira do Hospital referiu que, desde que chegou à liderança da autarquia, “houve sempre uma grande preocupação” com a Bobadela. “Todos percebemos que a Bobadela é uma jóia da coroa que Oliveira do Hospital tem, mas era uma jóia adormecida. A jóia só por si própria não se vende”, afirmou José Carlos Alexandrino, notando que foi preciso “dar-lhe uma dimensão diferente”. Segundo o autarca houve a oportunidade de aceder a “a algumas verbas do Centro 2020” e desde a abertura do Centro de Interpretação, há um ano, o espaço já atingiu as oito mil visitas, que era um objetivo da candidatura.

Para o autarca oliveirense a cultura é “muito importante” e reconhece a que a sua equipa “tem feito um trabalho fantástico”.

Sobre o estado em que herdou o Centro Interpretativo, José Carlos Alexandrino não deixou de considerar que “o mais fácil é fazermos casas e deixá-las abandonadas”. “Foi preciso recuperá-la”, afirmou, destacando o trabalho da Arquehoje.

Agora o Centro Interpretativo tem condições de musealização das peças recolhidas por ocasião de escavações, mas algumas delas encontram-se no Museu Machado de Castro. “Já fizemos reuniões para recuperar aquilo que é nosso. As peças são da Bobadela e devem regressar”, referiu, notando que agora esse assunto não é o mais importante. Entre os objetivos do município está uma melhoria do Museu Municipal Dr. António Simões Saraiva.


“Há aqui ainda um caminho para andarmos”, partilhou o autarca, aludindo às obras “que não estão a correr bem” da casa Amarela, localizada junto ao Arco Romano e que pretende converter numa espécie de residencial para acolher especialistas ligados à área de romanização e para realização de novas escavações, no âmbito de protocolo com universidades portuguesas e estrangeiras. Entre os objetivos do autarca está também a criação de um museu do Queijo Serra da Estrela  num trabalho de complementaridade com o  Museu do Azeite na Bobadela , sempre com a preocupação de interligar os importantes espaços históricos e culturais do concelho, como sendo a Igreja Moçárabe de Lourosa e a Capela dos Ferreiros. O objetivo é usar a cultura como “promotora do turismo no concelho de Oliveira do Hospital”, referiu.

Presente no colóquio onde foi recriada a figura de Júlia Modesta, sacerdotisa da Splendidissima Civitas de Bobadela, a diretora regional da Cultura do Centro, Suzana Menezes, Partilhou a “grande alegria” por marcar presença num espaço “onde a Direção Regional de Cultura investiu muito do seu saber e do seu apoio técnico”, num processo liderado pelo Município oliveirense. Na opinião da responsável, a este património “que era relevante, faltava-lhe esta dimensão de interpretação do território e de proximidade às histórias que estas pedras guardam”. Para Suzana Menezes, “o dia de hoje assinala o trabalho muito intenso de todos os organismos e muitos investigadores”. “Na prática representa o culminar de anos de processo de investigação, que é agora devolvido à comunidade científica e público em geral”.

Fruto da musealização e interpretação das peças “há agora uma proximidade e ligação afetiva às histórias que aqui são guardadas”, referiu a responsável, apreciando o “empenhamento” do município oliveirense, que “fez um investimento bastante significativo”.

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