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CAULE lidera “transformação” da paisagem nos concelhos de Oliveira do Hospital, Seia e Arganil

Depois de ter sido pioneira na criação da primeira Zona de Intervenção Florestal (ZIF) do país, a CAULE – Associação Florestal da Beira Serra está no terreno com mais uma operação de gestão “comum” dos espaços florestais nos concelhos de Oliveira do Hospital, Seia e Arganil. Tal decorre no âmbito das candidaturas às Áreas Integradas de Gestão da Paisagem (AIGP) aprovadas pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para os territórios de minifúndio e de elevado risco de incêndio.

Lançadas pelo Governo em 2021, as AIGP visam a reconversão e a gestão das áreas florestais e agrícolas, com o objetivo de dar resposta à necessidade de ordenamento e gestão da paisagem e de aumento de área florestal gerida a uma escala que promova a resiliência aos incêndios, a valorização do capital natural e a promoção da economia rural.

Ao todo, a CAULE é entidade gestora de quatro AIGP numa área de cinco mil hectares, abrangendo os concelhos de Oliveira do Hospital (freguesias de Aldeia das Dez, Alvoco das Várzeas, S. Gião, União de Freguesias de Penalva de Alva e S. Sebastião da Feira divididas em duas AIGP, num total de 2155 ha), Seia (freguesia de Vide com 1700 ha) e Arganil (freguesias de Pomares, Benfeita, UF de Cerdeira e Moura da Serra, UF de Coja e Barril do Alva e UF de Vila Cova do Alva e Anseriz, com cerca de 1100 ha).

Em comunicado, a CAULE informa que “as operações no terreno contemplam intervenções em cada uma das parcelas dos proprietários e ações de manutenção ao longo de 25 anos”.

Cinco anos depois do grande incêndio de 2017, esta é, segundo o presidente da CAULE, Vasco Campos, a primeira operação de intervenção florestal a esta “escala” na região e acredita que será uma nova oportunidade, a partir do trabalho que já existe das ZIF, de “transformar a paisagem” das áreas que vão ser intervencionadas, apostando nas espécies autóctones, diminuindo assim a dependência do pinheiro e do eucalipto, e na valorização da pequena agricultura de montanha.

“Tudo isto ardeu em 2017 e já antes disso estas áreas não eram contempladas com investimentos desta dimensão, aliás um dos problemas das ZIF foi exatamente esse, foi os apoios às ações de gestão deixarem de ter continuidade”, alerta o dirigente florestal. “Encaramos estes projetos das AIGP, como alguém disse e muito bem, um «up grade» às ZIF, na medida em que assentam no mesmo modelo de gestão comum e melhoram-no, com outras ações”, considera Vasco Campos, referindo nomeadamente a aposta no aproveitamento silvo pastoril, a manutenção do investimento num horizonte de 25 anos e a remuneração dos serviços dos ecossistemas florestais.

No final, o engenheiro florestal da CAULE acredita que “vamos ficar com uma paisagem mais resiliente”, assim “haja continuidade nas políticas florestais”, acrescenta.    

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