Carnaval da Beira Serra sai pelas ruas de Lagares da Beira “seja a chover ou a nevar”

Em Lagares da Beira ultimam-se os preparativos  para o Carnaval da Beira Serra. O momento alto está reservado para a tarde de terça-feira, dia 28,…

… com a certeza de que o cortejo sairá à rua “seja a chover ou a nevar”, não devendo ser adiado como aconteceu no ano passado devido ao mau tempo.

A garantia é dada pelos próprios diretores da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lagares da Beira que, com o apoio da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, Junta de Freguesia local e patrocínios conseguidos, realizam o Carnaval da Beira Serra que vai já na 40ª edição ininterrupta. Registos fotográficos fazem recuar o carnaval em Lagares da Beira à década de 50 do século passado, sendo que a tradição da Leitura das Deixas, será ainda mais antiga (anos 20 ou 30).

A poucos dias do Carnaval – o programa arranca dia 27 com o Baile do Chapéu – o propósito é o de realizar aquele que é visto como um dos principais eventos de Lagares da Beira. Feitas as contas, Luís Alberto, responsável pela organização  refere que já chegaram a ser 10 mil as pessoas que marcaram presença no Carnaval da Beira Serra. Gostaria a Associação Humanitária de “dar o salto”  para “um carnaval que se digne de ser carnaval”. Mas, os cinco mil Euros atribuídos pela Câmara Municipal e os dois mil da Junta de Freguesia não são suficientes para tal objetivo. “O Carnaval devia ser um pouco mais apoiado”, registou o dirigente, notando que desde há três anos se optou pela entrada livre.

Ainda assim, o Carnaval da Beira Serra vai sair à rua com 14 carros alegóricos e mais de 350 figurantes. Aos habituais bairros e grupos participantes de Lagares da Beira, volta a associar-se um grupo de Aldeia Formosa. “Este ano a rainha é de lá (Aldeia Formosa)”, confidenciou Luís Alberto, que destaca o bom envolvimento de toda a gente que está a trabalhar afincadamente na elaboração dos carros com o apoio de um “professor”.

Luís Alberto lembra que o Carnaval da Beira Serra é “um carnaval trapalhão” em que é dada autonomia aos bairros na organização dos temas. A sátira política tem marcado presença em cada ano.

Marcante em cada ano, é o Enterro do Entrudo e a Leitura das Tradicionais Deixas, momentos reservados para 1 de março . “São um momento esperado e complicado”, referiu, lembrado que em tempos idos houve casos de tribunal. A ideia, refere, é destacar “casos caricatos que acontecem durante o ano” e não criar desentendimentos entre populares.