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Carlos Antunes apela à região Centro para que “controle e mantenha esta incidência baixa”

O especialista Carlos Antunes, professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, disse hoje na Rádio Boa Nova que o concelho de Oliveira do Hospital e concelhos vizinhos têm “muito poucos” casos de Covid-19, mas avisou que é preciso “muita prudência e muita cautela”.

No espaço de análise à pandemia Covid-19, realizado esta tarde, o conhecido oliveirense conhecido pelas previsões e estudos que faz sobre o comportamento da pandemia, disse que Oliveira do Hospital conta com três casos ativos nos últimos 14 dias, e que se verificam “muito poucos casos” em concelhos vizinhos, mas que o Rt “está ligeiramente acima de 1” com subida da incidência.

Carlos Antunes aconselha, por isso, “a prudência e muita cautela”. “Estamos seguros, mas não podemos descurar, nem baixar a guarda e manter as mesmas regras de proteção individual, porque essas são a primeira linha da frente que temos, para combater e, por outro lado, controlar”. “O que se pede é que a região Centro controle e mantenha esta incidência baixa, porque esse é o segredo”, insistiu.

Este é um cenário que contrasta sobretudo com a Região de Lisboa e Vale do Tejo, onde nas últimas 24 horas foram contabilizados mais 804 contágios, sendo que no país o total de novos casos é de 1233. São números que consolidam “o aumento que se tem verificado” naquela região, mas também, de forma menos acentuada, nas restantes regiões. Notou o facto de se registaram mais 13 internamentos e mais cinco em Cuidados Intensivos. “São números que vêm no sentido que tenho vindo a observar e alertar, para o facto de que isto está tomar proporções que devem causar alguma preocupação”.

“As medidas de saúde pública que estão no terreno não estão a ser suficientes para conter o contágio”

No caso concreto de Lisboa e Vale do Tejo, Carlos Antunes verifica que o aumento de casos resulta de um cocktail de situações, que tem potenciado a transmissão de uma variante (indiana /Delta)que é muito mais transmissível do que as outras. O especialista aponta ainda o dedo à testagem, que apesar de massiva, só dá resultados quando a incidência é relativamente baixa, como acontece nas regiões do Norte, Centro e Algarve. “A testagem não está a ser feita de forma suficiente e não há adesão da população jovem”, notou, verificando que “as medidas de saúde pública que estão no terreno não estão a ser suficientes para conter (o contágio)”.

Ainda assim, Carlos Antunes acredita que os portugueses devem manter a esperança, comparando o atual momento a “um limbo em que estamos quase lá, quase a chegar a terra”. “É preciso manter o fôlego e a esperança. Não vamos pensar que o verão está estragado. Não está estragado”, disse, avisando porém que é preciso reforçar o nosso comportamento individual”, porque “as variantes mais transmissíveis obrigam a ter cuidados mais redobrados”. Utilizar máscaras de maior eficácia, as FP2, sempre em espaços fechados, manter o distanciamento e não facilitar só porque já se tem as duas doses da vacina, foram recomendações partilhadas pelo especialista.

Confira no vídeo a análise na íntegra:

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