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Candidato pela CDU compara Sonae Arauco a “barril de pólvora”

O candidato pela CDU à Câmara Municipal de Oliveira do Hospital considera que a unidade fabril de aglomerado de madeira Sonae Arauco é um “barril de pólvora”, aos pés de muitas camas, dentro das povoações”.

Numa comunicação que dirigiu  ao Ministro do Ambiente e da Ação Climática, ao presidente da Comissão Parlamentar do Ambiente e ao residente da CIM Região de Coimbra e da Proteção Civil da região e que partilhou com a Rádio Boa Nova, João Dinis recorda que este “é assunto recorrente pelas preocupações e transtornos provocados à população da zona pois esta enorme fábrica, que labora 24 horas por dia, está instalada dentro de área urbana, praticamente em cima de muitas habitações e equipamentos de vários tipos”.

“E para agravar a situação, após os incêndios de 2017, foi construída e acrescentada mais uma unidade ao complexo fabril até aí existente.  Saliente-se que esta construção foi feita no terreno separado, por uma estrada municipal, do principal recinto industrial, no sítio onde antes havia um enorme estaleiro de madeira para estilha, a utilizar como matéria-prima na Fábrica, e que ardeu violentamente e por completo nesses Incêndios”, refere o candidato.

Na missiva, João Dinis, regista que “entretanto, melhorou ultimamente, embora o problema ainda não esteja totalmente resolvido, a emissão para o ar de gases e de poeiras com resíduos de madeira que eram muito visíveis a cobrir o chão e os telhados das casas das imediações”.

Porém, refere o candidato, “outras preocupações nos continuam a tirar o sono”. Aponta o dedo ao momento atual em que “há um mar de madeira e estilha acumulado dentro dos terrenos da unidade fabril. Mesmo em frente, muito perto, ficam várias Habitações de S. Paio de Gramaços”. Identifica também “um enorme armazém, este situado dentro do espaço do acrescento fabril (fica do outro lado da Estrada que vai desde a EN 17  para dentro de S. Paio de Gramaços), transborda de estilha de madeira, ali, a menos de 50 metros das primeiras habitações situadas desse lado da Fábrica e que também já lá estavam bem antes da construção (2018/19) deste acrescento à unidade fabril”.

João Dinis volta a pedir resposta a “uma questão que não tem sido respondida”. “Que entidade pública autorizou a construção do acrescento à unidade fabril após os incêndios de 2017 ?  E se não houve essa autorização, que fazem o Ministério do Ambiente mais o Ministério e da Economia e o Governo para regularizar aquela situação que também concentra mais perigo tal como está?”.

“Quais são os pareceres da “Proteção Civil” do concelho de Oliveira do Hospital e do distrito de Coimbra perante uma situação que, toda ela, concentra perigo face à eventualidade de haver algum incêndio mais intenso e nem sequer tem que ser idêntico ao de 2017? Por que razão nunca quiseram publicitar os “pareceres” que, regularmente, é suposto elaborarem sobre a situação geral desta grande Fábrica e sobre o perigo e consequências previsíveis, por exemplo, em caso de incêndio mais violento?”, questiona na comunicação que efetuou.

João Dinis entende que a situação “não é consentânea com a democracia e com o tratamento dos cidadãos em igualdade de circunstâncias, que se alguém fizer um amontoado de lenha encostado à sua própria residência é instado a retirá-lo pelas autoridades e até pode sofrer uma multa”. “Ao mesmo tempo, as mesmas autoridades, o mesmo Governo, a mesma autarquia, permitem que ali, naquela enorme unidade fabril, haja um mar de madeira (de um lado) e um armazém a transbordar de estilha (de outro lado) metidos dentro de povoações, a pouca distância de habitações e equipamentos, a maioria dos quais até já lá estavam antes da actual unidade fabril ali ter sido construída”, refere em jeito de contestação.

“Reclama-se por respostas esclarecedoras e por uma intervenção de facto corretora destes perigos bem detetáveis, ali, naquela grande unidade fabril, a Sonae Arauco, dentro de S. Paio de Gramaços, no concelho de Oliveira do Hospital, em cima da área urbana da cidade”

João Dinis esclarece que “não se pretende fazer encerrar, de modo algum, esta grande unidade fabril, embora ela já não seja o que foi pois, atualmente, a multinacional ARAUCO (base chilena) já detém pelo menos metade do capital da Empresa”. “Pretende-se, tão só, voltar a alertar para perigos reais e para a necessidade da mesma empresa salvaguardar – de forma mais visível e tranquilizadora – o perigo de incêndio  e de também respeitar a preservação do ambiente desde logo a Ribeira de Cavalos. E também se reclama das Entidades Públicas da tutela que tudo façam para que assim aconteça que já basta dos abusos desastrosos da parte daqueles conhecidos como os que mandam nisto tudo”, conclui.

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