No habitual espaço Ca$h Resto Z€ro, Vítor Neves olha esta sexta-feira para “os milhares de miúdos” que, ao contrário da sua filha que “não lhe falta nada”, não têm condições de acesso à educação em casa.
Verifica que “um ano perdido na educação do ponto de vista social e do ponto de vista do conhecimento é muito pior para a nossa saúde futura do que a Covid-19 .
“Como era de prever fomos melhor a confinar, do que a desconfinar. De tudo o que se está a passar, importa sublinhar uma interrogação pessoal: porque é que a minha filha, de 11 anos, não vai à escola?
A minha filha tem sorte, não lhe falta nada. Tem condições em casa, tem computador, tablet, telemóvel e tem uma escola que lhe preenche o dia com aulas digitais. Passa o dia em casa, com aulas das 8h00 até às 17h00. Depois de acabar as aulas, sai de casa e vai para os treinos de natação. Não pode ir à escola, mas pode ir ao ginásio, nadar.
Acontece, que há milhares de miúdos que não têm condições, não têm aulas digitais, não têm nada. A escola, a educação são a nossa saúde como cidadãos de uma sociedade. Um ano perdido na educação do ponto de vista social e do ponto de vista do conhecimento é muito pior para a nossa saúde futura d que a Covid-19 . Ainda que estejamos todos algo anestesiados pelo cheiro a férias!”
“Ca$h Resto Z€ro” – Um olhar sobre a política, a economia e as pessoas.
Por Vítor Neves na Rádio Boa Nova.