Num especial Ca$h Resto Z€ro de análise às eleições legislativas de domingo passado, Vítor Neves centra-se nos elevados números da abstenção, considerando que “é qualquer coisa que nos deve preocupar a todos”.
“Mais de 45 por cento dos eleitores não exerceram o seu direito de voto. A abstenção tem vindo em crescendo de eleição em eleição. E, desta vez, foi outra vez a maior de sempre”, comenta Vítor Neves.
Está certo, por isso, que a democracia tem “que se reinventar”. “É quase dramático pensar que um partido pode ter mais 100 lugares num Parlamento com 230 lugares com pouco mais 1,8 milhões de votos dos 10,8 milhões de votos possíveis. E mais dramático ainda, com mais de 50 mil votos é possível ter lugar no Parlamento. Parece ser uma contradição mas não é. Quanto menos portugueses votam, mais partidos podem chegar ao Parlamento.
Insiste, por isso, na necessidade de reinventar a democracia, seja através de uma “vantagem de ordem fiscal ou social”. “Ou talvez seja necessário ser mais radical e tonar o voto obrigatório”, defende Vítor Neves, considerando que “sem a legitimidade da representatividade não é possível dizer que estamos em democracia quando ganha a abstenção”.
“Ca$h Resto Z€ro” – Um olhar sobre a política, a economia e as pessoas. Por Vítor Neves na Rádio Boa Nova.