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Bombeiros de Viseu em risco de pararem socorro por falta de dinheiro

O presidente dos Bombeiros Voluntários de Viseu disse hoje que se não tiverem dinheiro “para comprar gasóleo ou pagar salários, o socorro está em causa” e acusou o Estado de uma dívida superior a 100 mil euros.

“No tempo da ‘troika’, andava nos 45 mil, às vezes chegava aos 50. Portanto, estamos a duplicar o valor da dívida, numa altura em que, supostamente, já não deveria haver austeridade. A dívida aos Bombeiros de Viseu, neste momento, prolonga os 100 mil euros, que para o orçamento anual que nós temos é exageradíssimo”, disse Carlos Costa.

Com um orçamento anual na casa dos 700 mil euros, o presidente da direção da associação humanitária disse que “é muito difícil gerir uma casa assim, onde até os subsídios regulares cada vez chegam mais tarde”.

“Se não tivermos dinheiro para comprar gasóleo ou para pagar salários, o socorro está em causa e isso está a acontecer. E as respostas que estamos a ter das várias entidades é que não há dinheiro. Já houve outras desculpas, noutros tempos (…), mas, neste momento, as pessoas já nos dizem que não há dinheiro”, afirmou.

Carlos Costa lamentou ainda que, “em cinco anos, pela primeira vez, os salários vão atrasar, porque já deveriam ter sido pagos no decorrer desta semana e só serão pagos para a semana” e que “não é por falta de vontade da direção pagar, é por falta de recursos”.

Carlos Costa levantou ainda outra questão, porque diz não compreender “como é que os bombeiros para prestar socorro têm de pagar ISP [Imposto Sobre Produtos Petrolíferos] no gasóleo, se para as atividades agrícolas ou comerciais há isenções e para os bombeiros não há”.

O presidente da Câmara Municipal de Viseu mostrou desagrado com a situação e desafiou os restantes dirigentes com os mesmos problemas “a fazerem ouvir a sua voz” e o Estado Central a, “publicamente, estabelecer um prazo de pagamento para que as direções trabalhem com alguma segurança para não serem obrigadas a endividarem-se sem que sejam compensados pelos juros” que terão de pagar à banca.

“Acho lamentável e acho mesmo que para instituições como os bombeiros, num serviço cívico que é prestado diariamente, estamos a falar de diferentes serviços que prestam à comunidade, desde ambulâncias a outro tipo de serviços, acho que o Estado até devia ter o cuidado de pagar quase a pronto pagamento”, incitou António Almeida Henriques.

Almeida Henriques disse mesmo que “é uma situação que provoca um sentimento de revolta, porque o poder local procura todos os dias, com os seus parcos recursos, fazer o que tem de ser feito e depois o Estado central tem um discurso e uma prática diferentes”.

Fonte: Lusa

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