António Marques é residente em Avô e vive, duas vezes por semana, o drama do mau estado das estradas que servem o concelho de Oliveira do Hospital.
Dependente de uma cadeira de rodas, por sofrer de “Distrofia muscular”, o avoense desafia os responsáveis pelas estradas a viajarem até Coimbra, onde se desloca para fazer fisioterapia, na sua cadeira e numa carrinha de transporte de doentes.
“E depois digam-me como ficam?”, desafia António Marques que, na rede social facebook, dá conta, em particular, do mau estado em que se encontra a EN 230, no troço entre Avô e Vendas de Galizes. O avoense desloca-se duas vezes por semana a Coimbra “para ter um pouco de vida, já que a doença- Distrofia muscular- “está muito avançada” e o seu corpo “está quase sem músculos”. “Tenho que fazer fisioterapia para tentar manter-me vivo”, conta António Marques que, no dia 17 de novembro, chegado de uma dessas viagens não hesitou em “convidar os senhores responsáveis pelas nossas estradas no concelho” a fazer o mesmo percurso, nas condições em que o próprio a faz, duas vezes de semana.
Consciente da doença que o debilita, Tó Marques sabe que os responsáveis não sentirão o mesmo que o próprio sente, porque “não têm os problemas que eu tenho”. Faz, contudo, a pergunta: “Se para pessoas normais a estrada está uma porcaria, agora imaginem quantos saltos dá uma pessoa que não tem reação quase nenhuma no corpo”.
O caso de Tó Marques constituiu apenas mais um alerta para o estado de degradação da EN 230, assim como da En17, troços que tardam em ser requalificados no concelho de Oliveira do Hospital.