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Autarca de Avô acusa Rolo de “infâmia” no processo da Bandeira Azul

José Carlos Martins, presidente da Junta de Freguesia de Avô, reagiu às declarações de José Francisco Rolo a propósito da não renovação do galardão Bandeira Azul na praia fluvial de Avô, acusando o vice-presidente do Município de Oliveira do Hospital de “infâmia” e “ataque inqualificável”.

Ontem, em conferência de imprensa realizada na Ilha do Picoto, o autarca avoense começou por reforçar que, “enquanto presidente de Junta de Freguesia”, jurou “defender com todas as forças” os interesses da freguesia e, por isso, não entende o “ataque inqualificável” de que é “alvo por parte do vereador do Ambiente e do Turismo da Câmara Municipal e já candidato do PS à mesma Câmara”.

“Repudio fortemente tal atitude que me é dirigida a mim e aos restantes membros deste executivo. Da mesma maneira que a Câmara Municipal foi tão expedita na reivindicação aquando do galardão que foi atribuído, também agora que a distinção foi perdida devia focar-se na procura de soluções, em vez de procurar um bode expiatório e, para isso, eleger como alvo o seu adversário político na freguesia de Avô”, afirmou, considerando que se trata de um “aproveitamento político, em momento pré-eleitoral”.

Aos jornalistas, José Carlos Martins insistiu que “as razões pelas quais o galardão foi retirado resultam da má qualidade da água detetada no âmbito das análises efetuadas que não são da responsabilidade da Junta de Freguesia”. “Essa é uma matéria exclusiva da Câmara Municipal que tem o poder de intervenção, ou se não tem, neste caso devia exigir intervenção a quem tem esse poder mas nunca à Junta de Freguesia”. No entender do autarca, a Junta de Freguesia “deve apenas ser tratada como uma parceira que sempre foi e quer continuar a ser nas boas soluções para a localidade e população”.

“A Junta de Freguesia fez chegar um ofício à Câmara Municipal solicitando a intervenção na realização de algumas melhorias na Ilha do Picoto, dada a aproximada época balnear. E foi nesse dia do pedido, a 19 de abril, que nós recebemos, através de uma técnica e não oficialmente, a informação quanto à perda do galardão Bandeira Azul, a qual já era do conhecimento da Câmara Municipal desde 12 de janeiro de 2021”.

O responsável “lamenta”, assim, que “o debate político para as próximas eleições autárquicas se inicie com este nível”. Na ocasião, José Carlos Martins repetiu as palavras que proferiu a um órgão de Comunicação Social e que deram origem a esta polémica: “Espero que a Câmara Municipal tome as medidas necessárias para que, no próximo ano, a praia volte a ter a Bandeira Azul naquela que já foi considerada a praia mais acessível do país”.

“De facto, o que se espera de um autarca atento aos problemas da freguesia é exatamente isto, ou seja, reivindicar junto das entidades responsáveis, as medidas adequadas a cada situação. Foi o que eu fiz, sem qualquer referência à qualidade de água e sem pretender atingir quem quer que fosse. A verdade é que, em vez de enveredar para «um passa culpas» sem fundamento e sem sentido, o que se impunha ao responsável municipal era que cuidasse de identificar a proveniência e as razões pelos parâmetros que impedem a qualificação da água como excelente”, defendeu.

Na conferência de imprensa salientou que “os primeiros interessados em valorizar este espaço maravilhoso e único e afirmar as suas potencialidades turísticas são os membros da Junta de Freguesia”.

“Portanto, acusar a Junta de Freguesia de prejudicar a oferta turística de Avô e as praias fluviais do Alva é uma infâmia que não podemos permitir e o senhor vice-presidente deve-nos esse pedido de desculpas”, reiterou.

No que diz respeito aos números avançados por José Francisco Rolo quanto a investimentos feitos na praia fluvial de Avô, José Carlos Martins “estranha” e considera que se trata de um “lapso”. “Apenas testemunhámos intervenções recentes em 2018, 2019 e 2020 que não foram além dos 70 mil Euros. Exijo rigor e seriedade. Esperemos que os nossos opositores saibam arrepiar caminho, honrando os valores da democracia, do pluralismo e tolerância”.

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