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Aumento de preços e corte do Estado leva a “reforçada prudência da gestão financeira” em Oliveira do Hospital

O presidente do Município de Oliveira do Hospital está preocupado com “os desafios e as dificuldades” que o aumento dos preços de matérias primas, combustível e energia pode causar na gestão financeira da autarquia. O Município sofreu ainda um “corte nas transferências do Estado no valor de 724 mil Euros”.

Na última Assembleia Municipal, José Francisco Rolo referiu que, apesar da situação financeira do Município estar consolidada, “há sinais de alarme que obrigam a uma reforçada prudência de gestão”. Segundo o autarca, à data de 31 de maio, o “saldo de operações orçamentais era de 3 milhões e 762 mil Euros”, o “saldo de gerência era, a 31 de dezembro, de 3 milhões e 873 mil Euros” e a “dívida de curto prazo é de 256 mil Euros”. “Procuramos continuar a fazer uma gestão prudente, com curto prazo de pagamento a fornecedores”, frisou.

Perante os deputados, José Francisco Rolo avançou que o Município sofreu um “corte nas transferências do Estado no valor de 724 mil Euros” que se “vai verificar nos meses de julho a dezembro”. De acordo com estes valores, “a este ritmo, até ao final do ano, o Município vai ter um corte de 121 mil Euros por mês”.

Para o presidente da autarquia, o aumento do preço dos combustíveis e da energia é outro fator de alarme. Verificou o “aumento exponencial do preço dos combustíveis”, prevendo “uma variação para 2022 de mais de 97%” face a 2021. Já no que diz respeito à eletricidade, o autarca avançou que o “aumento está na ordem dos 123%, o que implica um acréscimo do custo do contrato anual de mais de 1 milhão e 100 mil Euros do que o ano passado”. “A fatura energética paga pelo Município em 2021 cifrou-se em cerca de 863 mil Euros. No âmbito do acordo com o quadro da CIM, ou seja, eletricidade comprada pelos 19 Municípios, o contrato de fornecimento passou de 863 mil Euros para 1 milhão e 973 mil Euros”, explicou.

A todas estas situações “acresce o facto de os pedidos de revisão excecional de preços das empreitadas” que, segundo José Francisco Rolo, “estão estimados na ordem dos 900 mil Euros”.

A considerar a situação “preocupante”, o edil realçou ainda a questão da transferência das novas competências, particularmente nas áreas da saúde, educação e ação social, “em que o valor da receita transferida para os Municípios é insuficiente para fazer face à correspondente despesa, criando desequilíbrios evidentes”.

“Esta é a realidade financeira do Município de Oliveira do Hospital. São estes os desafios que se colocam ao presidente da Câmara Municipal e ao seu executivo, mas estamos aqui firmes para dar resposta às dificuldades”, concluiu.

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