Site icon Rádio Boa Nova

Associações de apoio às vítimas afirmam que relatório confirma denúncias

Pena suspensa para ex-bombeiro de Condeixa-a-Nova acusado de atear fogos

As associações de apoio às vítimas dos incêndios de outubro de 2017 realçaram o facto de o relatório entregue pela Comissão Técnica Independente (CTI) confirmar as denúncias de “descoordenação total” e de falta de meios.

“Num primeiro momento chegámos a ficar apreensivos” de que se concluísse ter-se tratado de “uma inevitabilidade”, de se atribuir a “tragédia” a um “fenómeno da mãe natureza”, o que seria “muito irresponsável”, disse à Lusa Luís Lagos, da Associação de Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal.

“Teve a sua quota-parte, mas não foi só isso. Estávamos no terreno e sentimos que falhou muita coisa. Falhou tudo. Ficámos entregues à nossa sorte”, disse, saudando a “atenção” com que se analisou o que aconteceu.

Luís Lagos referiu ainda as falhas nas comunicações e no comando, também apontadas no relatório, sublinhando que não admitir todas as falhas que ocorreram e apontar o dedo “só à mãe natureza” seria criar as condições para a tragédia se repetir.

“Além do apuramento de responsabilidades, porque a culpa não pode morrer solteira, estes relatórios criam memória”, levando a perceber o que correu mal e o que é preciso fazer para que “uma tragédia destas nunca mais volte a acontecer”, afirmou.

Também para Nuno Pereira, do Movimento Associativo de Apoio às Vitimas dos Incêndios de Midões (MAAVIM), “quase não era preciso um relatório” para a conclusão de que falhou a capacidade de “previsão e de programação” para “minimizar a extensão” dos incêndios, lamentando os “erros enormes” e defendendo ser “urgente um plano” que ordene a floresta, mais do que a “confusão instalada no terreno”.

Para Nuno Pereira, quem tem o poder de decisão “parece não ter aprendido nada”, como mostra a forma como foram feitas as candidaturas a apoios, que a MAAVIM exige que sejam reabertas.

Fonte: Lusa

Exit mobile version