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Associação de Vítimas pondera avançar com ação coletiva contra o Estado

Luís Lagos, presidente da Associação de Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal (AVMISP), anunciou, ontem, a “intenção de colocar uma ação coletiva contra o Estado”…

… na primeira Assembleia Geral da Associação que se realiza amanhã, pelas 20h30, no auditório do Crédito Agrícola, em Oliveira do Hospital.

Num programa especial, realizado nas instalações da ANCOSE (Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela), organizado pela Rádio Boa Nova a fim de assinalar um mês após a tragédia de 15 de outubro, que contou com a presença de bombeiros, autarcas, dirigentes associativos, empresários, agricultores e promotores turísticos, foi evidente a insatisfação no que respeita ao atraso de ajudas e apoios a todos os que ficaram prejudicados pelo incêndio.

Numa primeira abordagem, o presidente da AVMISP diz estar crente no renascimento do concelho de Oliveira do Hospital, assim como de toda a região. Por outro lado, Luís Lagos não consegue esconder a sua tristeza face aos últimos acontecimentos, ou mesmo a falta deles. Passado um mês, desilusão, sensação de abandono e discriminação em relação à ajuda prestada em Pedrogrão Grande, são sentimentos resultantes das ações anunciadas pelo Estado.


Para o presidente da AVMISP é também inadmissível “tratar a agricultura como setor de segunda”.

“O problema do interior é que não tem voz, não tem palco, não tem capacidade de se afirmar no palco mediático, logo não tem capacidade de exigência”, afirma o dirigente associativo. “Não tenham medo. É preciso verbalizar. Se não verbalizarmos, não vai acontecer nada, somos esquecidos”, acrescenta Luís apelando a todos que se manifestem “seja nas redes sociais, junto os órgãos de comunicação social, ou seja onde for”.

Em relação ao decreto de lei aprovado que visa a ajuda média de 2.500 euros para a recuperação de primeiras habitações, o presidente da associação afirma que “não dá” para voltar a equipar a casa com esse valor.

Como oliveirense, Luís Lagos faz grandes elogios à Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, na medida que “tem uma política de proximidade com as pessoas e é reconhecida em relação a outros concelhos vizinhos”. “O nosso presidente da Câmara tem tido uma atitude incomparável”, acrescenta.

Neste encontro, o dirigente da AVMISP voltou a lembrar que esta associação, apesar de ter sido criada por oliveirenses, é de cariz “supramunicipal” e abrange outros concelhos como Tondela, Mortágua, Tábua, Arganil e Seia.

Beatriz Cruz (jornalista estagiária)

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