Site icon Rádio Boa Nova

Associação de apoio às vítimas acusa governo de qualificar empresários como “portugueses de terceira”

A Associação de Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal (AVMISP) está contra as primeiras ajudas regulamentadas pelo Governo destinadas às empresas afetadas pelo incêndios de 15 e 16 de outubro e,…

… que qualificam os empresários como “portugueses de terceira” ao contemplarem menos apoios do que os que foram canalizados para Pedrógão.

Ao final de 22 dias da maior tragédia em destruição material que Portugal conheceu em séculos, o governo regulamentou as primeiras ajudas às empresas afetadas pelos incêndios dos passados dias 15 e 16 de Outubro”, refere a AVMISP, verificando que “não obstante a demora para ações que se querem e exigem urgentes, fruto do dramatismo e ansiedade vividos no terreno por empresas e trabalhadores, o governo apresenta medidas que acabam, numa primeira análise, de qualificar os empresários das regiões afetadas pela destruição dos incêndios nos dias 15 e 16 de Outubro como portugueses de terceira”.

Refere a Associação que reúne vítimas dos vários concelhos afetados que “se os empresários do interior já se sentiam portugueses de segunda por desenvolverem a sua atividade em territórios de baixa densidade, com dificuldade de acesso aos centros de decisão, com parcas vias de acesso,  agora, percebem que, perante esta tragédia, de que não tiveram culpa e que resulta da incúria do Estado e sucessivos governos, ainda merecem menos apoio do que aquele que foi atribuído às empresas afetadas pelos incêndios de Pedrógão”.

Em causa está uma ajuda do Estado de 85 por cento afundo perdido que beneficiou todas as empresas afetadas pelo fogo em Pedrogão e que não é aplicável às empresas afetadas pe,lo incêndio de 15 de outubro. “Agora, perante a tragédia que ainda foi maior em destruição material, de atividade económica e de emprego, o mesmo Estado, o mesmo governo, só atribui uma ajuda de 70% quando o dano é superior a 200 mil euros”, refere a Associação.

“Não entendemos o abandono a que estávamos sujeitos antes da tragédia. Não percebemos o abandono a que estivemos sujeitos durante o fogo. Não aceitamos ser tratados como portugueses de terceira, quando perante catástrofe, infelizmente, ainda maior que a de Pedrógão, acabamos por obter menos ajuda, menos apoio à reconstrução das empresas, do emprego e da região”, sustenta em comunicado a Associação que apela  “a todos os portugueses que não se calem” e permitam “tamanha injustiça”.

Lembra a Associação que “se fosse para salvar um banco a classe política mobilizar-se-ia a 100%”.  “São esses mesmos 100% de mobilização que exigimos ao governo e a todos os partidos políticos para que possamos repor alguma justiça na presente situação e recuperar a região fortemente marcada pela interioridade”, sustenta.

Exit mobile version