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Apoios “não são suficientes” para recuperação de empresas e agricultura em Oliveira do Hospital

À saída da reunião com os empresários afetados pelo incêndio de 15 de outubro, realizada ontem em Oliveira do Hospital, o sentimento é de que…

… os apoios anunciados “não chegam” e que é preciso outro esforço da parte do Governo para a recuperação de empresas e explorações agrícolas.

Grosso modo, as medidas assentam numa comparticipação de 85 por cento para as empresas e de 50 por cento para as explorações agrícolas. Os agricultores sentem-se discriminados e os restantes empresários dizem que os apoios anunciados também são poucos.

José Vasco Campos, dirigente da Caule, associação florestal também afetada pelo fogo disse à Rádio Boa Nova que as medidas “não são suficientes” e que os agricultores e proprietários florestais “não se vão conformar com 50 por cento de apoio para restabelecer o potencial produtivo”.

Paulo Rogério, proprietário  da Queijaria Artesanal que perdeu 150 ovinos Serra da Estrela, mostrou-se “triste e discriminado “ diante de medidas para a agricultura que são “desajustados e desincentivadoras”.

“Estão a dar cabo da nossa agricultura e da nossa região”, afirmou também Carlos Oliveira, representante da queijaria Dos Lobos, que perdeu mais de 100 ovinos serra da estrela e registou perdas em outras atividades (mel, vinho, azeite e floresta). “Somos 10 funcionários e não sei se os patrões vão continuar”, desabafou.

Na área empresarial, o descontentamento também era evidente. Jorge Gouveia, das empresas Gouveia & Costa e Gouveia & Filho, unidades totalmente devastadas pelo fogo, disse à Rádio Boa Nova que os apoios “não são suficientes” e que  “se o Governo já chegou a este ponto, devemos reivindicar e pedir a Bruxelas”.

Ainda que a notar que “as medidas são bem vindas”, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital entende que “deve haver mais verbas alocadas” às empresas e explorações agrícolas. Pelo menos, José Carlos Alexandrino entende que o apoio à agricultura deve ser elevado ao nível das restantes empresas (85 por cento) por via de uma maior alocação de verbas do Orçamento de Estado. O autarca assegura ser “uma voz inconformada” porque é preciso reerguer um concelho que ficou com com 97 por cento da sua área de floresta ardida.

Em causa está um apoio à recuperação de empresas e explorações agrícolas e florestais de 100 milhões de Euros. Ana Abrunhosa, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro garantiu que se está a “trabalhar com grande celeridade”, notando que os avisos de concurso abrem já no dia 6 de novembro. À Rádio Boa Nova, Ana Abrunhosa disse que “não há discriminação” para com os agricultores e que os apoios enunciados decorrem de regras comunitárias .

Os incêndios de 15 e 16 de outubro, afetaram mais de 300 empresas na região  (85 delas no concelho de Oliveira do Hospital), assim como cerca de 800 habitações.

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