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“Desejava morrer a ouvir música. E devo dizer: não tenho medo nenhum de morrer”

António Simões Saraiva (1927-2021)

Excertos de entrevista a António Simões Saraiva por Vítor Neves na Rádio Boa Nova.

“Eu nasci em Lisboa, no dia 29 de julho de 1927, às cinco e meia da tarde…
Sou um animal social e preciso muito de dar afeto e de receber afeto.

E depois…

Comecei a perceber das dificuldades da vida e como era preciso começarmos a pensar, de como é havíamos de resolver os problemas da humanidade. O facto de eu ter tirado o curso de Ciências Sociais e Políticas Ultramarinas deu-me um conhecimento enorme da organização da administração, dos problemas de saúde, das grandes carências, do que é preciso primeiro fazer-se.

Tenho que citar o meu amigo António Correia Dias, um homem muito diferente de mim em temperamento, mas em tenacidade e no desejo de cumprir, estávamos perfeitamente irmanados. Foi o meu melhor amigo, o meu melhor colaborador. E o Rocha com muito mais rigor.

Da última vez…

Fui quase pressionado para ir. Eu já estava farto ao fim de 13 anos. É que é uma fadiga!

Para lhe ser francamente sincero eu gostava de morrer serenamente, possivelmente a ouvir música. A cantar não, porque exige uma técnica e uma colocação de voz e compressão dos músculos. Desejava morrer a ouvir música. E devo dizer, não tenho medo nenhum de morrer. Sou católico praticante e sinto que durante toda a minha vida Deus está comigo. E a toda a hora o sinto. E quem, está nas mãos de Deus não tem medo de morrer”.

António Simões Saraiva foi homenageado pela Rádio Boa Nova na Gala dos 30 anos, em 19 de março de 2016.

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