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Ana Abrunhosa partilhou “medalha de ouro” com equipa da CCDRC e Câmara Municipal de Oliveira do Hospital

A presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) recebeu, ontem, a medalha de Ouro do Município de Oliveira do Hospital.

Numa cerimónia sentida, Ana Abrunhosa partilhou o galardão com a equipa que lidera, mas também com o município de Oliveira do Hospital que “ montou um exército” para responder à catástrofe de 15 de outubro.

Foi o próprio presidente do Município de Oliveira do Hospital que, ontem, procedeu à entrega da Medalha de Ouro à presidente da CCDRC, gesto que colocou de pé os que marcaram presença no Salão Nobre do Município oliveirense.

Diante de todos, Ana Abrunhosa disse não ser merecedora de tal distinção, considerando porém que a estrutura que lidera “é merecedora”, razão pela qual partilhou a medalha com a “extraordinária equipa (da CCDRC)”, mas também com a equipa da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital “que é extraordinária”. “Este município foi dos mais devastados e esta equipa montou um exército”, referiu, considerando também que o município “tem um líder único”. “Esta medalha é vossa”, afirmou a responsável, referindo-se ainda “às famílias de Oliveira do Hospital que tanto sofreram”, aos empresários “que são extraordinários, que nunca esquecerei e não desistiram”, sem esquecer também Luís Lagos, presidente da Associação de Vítimas do Maior Incêndio de Sempre em Portugal que “tanto contribuiu para que os apoios às empresas melhorassem”. “A região deve muito ao município de Oliveira do Hospital”, considerou Ana Abrunhosa que garantiu corresponder à generosidade demonstrada pelo autarca e pelo município ainda “com mais trabalho”.Na comemoração do primeiro dia do município após o grande incêndio, José Carlos Alexandrino fez valer a sua convicção de que a medalha de Ouro foi atribuída a uma “senhora de ouro”. “Os empresários sabem o esforço dela e da sua equipa para resolvermos os problemas. Quantas vezes fomos capazes de lhe bater à porta às onze horas da noite e ela veio cá tantas vezes”, frisou, criticando aqueles que entendem que Ana Abrunhosa “não fez mais do que era a sua obrigação. “Eu fico surpreendido”, comentou, considerando que a atribuição da medalha de Ouro é “justa pela ação decisiva após os incêndios”. “Eu acho que é merecida”, considerou.

O CDS-PP e PSD, partidos com representação da Assembleia Municipal de Oliveira do Hospital, onde votaram contra a atribuição da medalha de Ouro a Ana Abrunhosa, não estiveram presentes na comemoração do Dia do Município. Para José Carlos Alexandrino a atitude demonstra “falta de maturidade democrática”. “Não se sinta diminuída”, disse o autarca dirigindo-se a Ana Abrunhosa, notando que os dois partidos desrespeitaram o povo que os elegeu”. “Falta-lhes cultura cívica”, considerou.

No dia do Município, foram ainda distinguidos com medalhas de mérito municipal, o empresário Fernando Brito que aos 74 anos não desistiu de recuperar a sua empresa que ficou reduzida a cinzas; a “grande mentora e pedagoga” Maria do Carmo Vasconcelos (título póstumo) e António Raúl Dinis Costa que “desde os 14 anos esteve sempre disponível para a causa pública”. O Município atribuiu ainda um voto de louvor a José Luís Pereira, voluntário no apoio às vítimas do grande incêndio.

Os melhores alunos do concelho viram ainda o seu mérito escolar reconhecido: Cecília Martins Gomes (10º ano), Beatriz Anselmo Henriques (11º ano), João Pedro Lopes Albuquerque (12º ano), Rute Marlene Marques Pegado (Eptoliva) e Nuno Eugénio Ferreira Moura (ESTGOH).

“Todos estamos de consciência tranquila”

No Dia do Município, José Carlos Alexandrino fez uma balanço do  que tem sido a recuperação do concelho passado quase ano após o grande incêndio. Destacou em particular os números em torno da recuperação das habitações, para verificar que até ao passado dia 24 de setembro foram recuperadas “49 habitações, em investimentos até cinco mil Euros, até 25 mil Euros e mais de 25 mil Euros”. “Esta é a verdade”, referiu, destacando ainda a recuperação das empresas no concelho. “A destruição de 94 empresas foi uma tragédia enorme. Há 74 empresas com investimentos aprovados de 9,5 milhões de Euros”, disse o autarca, mostrando-se satisfeito porque os empresários oliveirenses “não deitaram a toalha ao chão”. “O que mais falhou foi na área da agricultura”, lamentou José Carlos Alexandrino, que garante continuar a manifestar o seu “inconformismo”.

No processo de recuperação do concelho, o autarca oliveirense assegura estar “de consciência tranquila”. “Sabemos do esforço enorme que foi feito pela CCDRC, governo, autarcas e suas equipas. Ninguém estava preparado para o que nos aconteceu”, afirmou José Carlos Alexandrino, que só consegue comparara o que aconteceu ao concelho com o terramoto de 1755. “O que aconteceu aqui foi um terramoto. O que se passou aqui não foi um fogo vulgar”, considerou.

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